Coisas da Tamonca

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Conceição do Coité, Bahia, Brazil
Pedagoga, Matemática, Mãe, Gestora da Escola Antônio Bahia-Conceição do Coité, Petista por enquanto, Amo LULA, luto por justiça, igualdade, odeio qualquer tipo de calúnia, discriminação ou preconceito. E vou vivendo... Música, poesia, livros, arte, cultura, internet, política e educação são minhas diversões. No mais o mundo é uma caixinha de surpresas, é só querer descobrir!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Amálgama Blog: José Alencar (1931-2011)

José Alencar (1931-2011)
por João Villaverde


A história do menino pobre de Garanhuns (PE) que virou líder sindical em São Bernardo do Campo (SP) e depois presidente da República você conhece. E a história de um dos 15 filhos de um casal rural, que nasceu na pequena Muriaé (MG) em 1931, virou um dos maiores líderes industriais do país e depois vice-presidente da República? O primeiro caso, de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda está em aberto. O segundo, de José Alencar Gomes da Silva, acabou hoje.
Morto aos 79 anos, depois de passar quase 15 combatendo uma metástase na região abdominal, Alencar divide com Lula outra particularidade: chegou longe sem, no entanto, ter um diploma. Diferente do ex-presidente, no entanto, Alencar sempre caminhou pelo outro lado do balcão – literalmente. Seu primeiro emprego, ainda em Muriaé, foi o de balconista numa pequena loja de comércio, emprego que lhe fez largar a escola.
Deixar a escola e viver como balconista sempre foi, ao mesmo tempo, um peso e um orgulho para Alencar. Não só ouvi o ex-vice-presidente contar essa história em diversos seminários que cobri, como também Alencar fazia questão de dividi-la com qualquer visitante do site da Coteminas.
Coteminas que Alencar não só fundou como ergueu e elevou ao patamar de uma das maiores fabricantes de tecidos para cama, mesa e banho do Brasil. Hoje nas mãos de seu filho Josué Gomes da Silva, a empresa continua resistindo à dupla competição provocada pelo câmbio valorizado: a dos importados que chegam mais baratos e a da disputa com os chineses também no mercado internacional, que o câmbio dificulta por encarecer as exportações brasileiras.
Câmbio mantido valorizado por, entre outros motivos, a elevada taxa de juros praticada no Brasil. Este tema, os juros, foi o preferido de Alencar como líder empresarial, cargo que passou a ocupar em 1989, quando se elegeu presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Dali até seus últimos dias, nunca deixou de criticar os elevados juros praticados pelo governo brasileiro – primeiro por Marcílio Marques Moreira, ministro da Fazenda de Fernando Collor (1991-92), depois pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e do próprio Lula. Os juros, sempre diz o governo, servem para encarecer os empréstimos bancários e, assim, reduzir o ímpeto da demanda, que pressiona menos os preços e, desta forma, reduz a inflação. Os juros também atraem capitais de fora, que acabam por valorizar o câmbio e, com isso, baratear os importados, que ajudam mais ainda no combate à inflação – ao mesmo tempo em que destroem a indústria brasileira.
Alencar foi um líder empresarial que, ao atingir elevado cargo público, aproveitou os holofotes para defender ferrenhamente suas ideias, diferente de vices como Marco Maciel, Itamar Franco ou do próprio José Sarney, quando vice de Tancredo. Assim, ao morrer neste 29 de março de 2011, José Alencar deixa bem mais que apenas a lembrança de um homem que lutou por anos contra um câncer mortal que teimava em tirá-lo de combate.

EduFuturo: José Alencar (1931-2011): um modelo de persistênci...

EduFuturo: José Alencar (1931-2011): um modelo de persistênci...: "Imagem: motoreporter Do Blog Fundação Perseu Abramo - 29.03.2011 Faleceu no início da tarde desta terça-feira, 29 de março, o ex-vice-pr..." "Vai com os anjos, vai em paz!" e muito obrigada pelo seu exemplo!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sectarização e Radicalização: do Blog Filosofando na Penumbra

sábado, 12 de março de 2011

Sectarização e Radicalização-Palavras de Paulo Freire

“A sectarização é sempre castradora, pelo fanatismo de que se nutre. A radicalização, pelo contrário, é sempre criadora, pela criticidade que a alimenta. Enquanto a sectarização é mítica, por isto alienante, a radicalização é crítica, por isto libertadora. Libertadora porque, implicando no enraizamento que os homens fazem na opção que fizeram, os engaja cada vez mais no esforço de transformação da realidade concreta, objetiva. A sectarização, porque mítica e irracional, transforma a realidade numa falsa realidade, que, assim, não pode ser mudada.” (FREIRE 2005)
A palavra “secto” do latim sectus significa cortado, cerceado, amputado. A sectura é um corte, uma incisão que separa duas partes. Dela vem sectário, aquele que segue uma das partes, que se aparta do todo, que vai atrás, que acompanha.
Por outro lado “radicar” (radicalizar) significa descer à raiz, ao fundamento que faz algo ser o que é. Radicalizar é descer à raiz genealógica de uma emergência que nos afeta, mesmo que essa descida fale muito mais de nós e da forma como vemos o mundo, do que do próprio objeto de estudo.
Fato é, também, que o radical muitas vezes é sectário. Ou seja, sua suposta descida à raiz se faz por apenas um dos lados. O sectário acredita ser radical, ao passo que o radical muitas vezes é sectário sem o saber. O que diferencia um do outro, talvez, seja que o radical esteja disposto a uma dialética entre várias descidas perspectivas daquilo que o afeta, ao passo que o sectário acredita deter a totalidade da realidade e se contenta apenas com uma única descida, que julga ser “a descida”; definitiva. Não há dialética para o sectário.
Mas tudo isso são nomes. Parece-me que na prática todos querem ser radicais e acabam sendo sectários. Quem de nós, mesmo na melhor das intenções, podemos dizer que chegamos à raiz definitiva de algo? O que nos resta são tentativas honestas de conseguir, imprimindo uma dialética nas descidas a partir de várias perspectivas possíveis. Mas o simples impulso frente à percepção da necessidade de descer já implica um sectarismo, ou seja, existe um lado eleito: o lado de que a realidade tal qual percebemos precisa ser entendida para ser modificada.
Logo, toda radicalização começa de um sectarismo, que se pretende radical, mas não garante que o será, mesmo ainda com uma tentativa dialética de sê-lo.
Na verdade não importa, pois é na diversidade de lados possíveis que a dialética se estabelece. Muito mais do que a tentativa do próprio radical fazê-la, a dialética é dada na própria radicalização (sectária no início), impressa pela reação contrária de quem não concorda com qualquer descida.
O que entendo que Paulo Freire queira dizer fazendo essa distinção, é que a radicalização quando dialética se abre ao outro lado sem mitificar o próprio lado; coisa que o sectário não faz por definição. Se o fizer, é radical e não sectário. Como disse, são meros nomes, categorizações.
O que fica dessa pequena reflexão é a constatação de muitos jovens buscando uma radicalização para entender o meio em que vivem, mas apenas elegendo um lado a partir do que lhe afeta no outro. É essa visão mítica (de que o que não se conhece é melhor que aquilo ruim que se conhece) que precisa ser radicalizada e analisada em suas raízes. Antes de qualquer descida é preciso descer às nossas próprias motivações e entender (ou mesmo esboçar) os possíveis porquês que nos fazem agir como nossos impulsos nos dizem para agir. Precisamos, se é que precisamos algo, sermos radicais primeiro conosco.

Isso seria possível? Fica a reflexão…

Referência

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 47ª Edição. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2005.




E UMA GRANDE REFLEXÃO!!!

domingo, 13 de março de 2011

Japão: antes e depois do terremoto e tsunami

Muito triste tudo isso:

Japão: antes e depois do terremoto e tsunami

los hermanos- todo carnaval tem seu fim

Atrocidades da ditadura: depois da impunidade, o esquecimento

Atrocidades da ditadura: depois da impunidade, o esquecimento

Blog do Dr. Gerivaldo Neiva: Carnaval de Salvador: retrato em negro e branco II

Reproduzindo do Blog do Dr. Gerivaldo Neiva-Juiz da Comarca de Conceição do Coité

Carnaval de Salvador: retrato em negro e branco II



Cordeiros protegendo o Bloco Nana (Chiclete com Banana) - Foto: Thiago Teixeira/A Tarde


Este texto foi postado aqui no blog logo depois do carnaval de 2010.


Continua atualíssimo e acrescentaria apenas que todas as contradições do ano passado se tornaram mais gritantes; que vi muito mais homens vestidos de mulheres e a mais bizarra das parcerias musicais: Olodum e Restart cantando juntos em cima de um Trio Elétrico.

Carlinhos Brown e foliã - Foto: Aristeu Chagas/A Tarde


Carnaval de Salvador: retrato em negro e branco


Gerivaldo Alves Neiva, 18.02.2010


O carnaval de Salvador é colorido e tem bom aroma quando visto pela TV.

Visto de perto e ao vivo, no entanto, o carnaval de Salvador é um mar de contradição de negros e brancos e não tem um bom aroma, principalmente nos becos e locais mais escuros. Um mistura de suor, cerveja e urina.

Eu posso contar porque vi de perto o carnaval de Salvador.

Vi um cordão de negros, de moças e rapazes, os tais cordeiros, segurando uma corda para proteger moças e rapazes brancos se divertindo em um bloco. Aliás, na maioria dos blocos, os cordeiros eram quase todos negros e os foliões quase todos brancos.

Em outro instante, vi novamente um cordão de cordeiros negros protegendo outros negros se divertindo em outro bloco. Certamente, negros pobres ganhando R$ 28,00 por diária para proteger negros ricos ou menos pobres.

Vi uma cordeira negra não suportar o calor e desmaiar, sendo levada por seguranças para o interior do carro de apoio ao Trio Elétrico.

Em outro instante, sob o mesmo sol, vi uma menina negra da Banda Didá tocando um tambor com toda sua força para homenagear outro negro, o Neguinho do Samba.

Espremida nas calçadas, vi uma multidão de “pipocas”, os sem-blocos, negros e brancos, empurrados e agredidos por cordeiros quase todos negros.

De súbito, vi muitos, muitos soldados, quase todos negros, com capacetes brancos, descendo o cassetete em foliões quase todos negros e sem-blocos.

Vi, também, uma patrulha inteira conduzindo um casal de idosos pelo meio da multidão. Não importa a cor da pele dos idosos, agora importa a ação positiva.

Vi, sobre o Trio Elétrico, músicos percursionistas, quase todos negros, tocando tambores e atabaques com energia sobrenatural.

Vi cantores e cantoras, negros e brancos, cantando axé e pagode. Rimas pobres, poucos acordes e refrões repetidos à exaustão dos ouvidos mais apurados.

Vi homens, brancos e negros, vestidos de mulheres como se tivessem deixado a fantasia no armário.

Vi de tudo e muito mais.

No final, quando não queria ver mais nada, vi homens, mulheres e crianças, quase todos negros, catando latinhas de cerveja pelas ruas.

E vi, perto do monumento ao dois de julho, a data de independência da Bahia, no Campo Grande, um homem negro, de olhos arregalados, catando latinhas de cerveja e, antes de jogá-las em um saco, balançava em busca de algum líquido em seu interior. Na maioria das vezes, bebia com prazer o resto da cerveja que alguém deixou na latinha, seja resto de branco ou negro, pobre ou rico.

Do alto, em camarotes, agora quase todos brancos, sem cordas e bem protegidos, celebridades e famosos posavam para fotos e se fartavam de boa comida e bebida.

O carnaval de Salvador é assim: um mar de contradição de negro e branco.

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - Eliane Giardini

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - Fernanda Montenegro

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - Gloria Pires

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - Mauro Mendonça

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - José M

Campanha pela Memória e pela Verdade - OAB/RJ - Osmar Prado

Ousar Lutar, Ousar Vencer!: O Comício da Central

O Comício da Central


Em 13 de março de 1964 aconteceu o Comício da Central do Brasil no Rio de Janeiro. Nele o presidente João Goulart (Jango) falou para as cerca de 150 mil pessoas e apresentou as propostas para as mudanças estruturais do país, entre elas a estatização das refinárias de petróleo, a desapropriação das terras com mais de 600 hectares às margens das rodovias federais, das ferrovias e dos açudes, a reforma educacional, a erradicação do analfabetismo com base no método Paulo Freire e o controle sobre as remessas de lucro para o exterior, que ficariam conhecidas como Reformas de Base.

A reação da direita foi imediata, poucos dias depois ocorreu em São Paulo a Marcha da Família com Deus pela Liberdade e em 31 de março do mesmo ano os militares usurparam o poder e emergulhamos em um dos períodos mais sombrios da história deste país, que durou mais de 40 anos.
Abaixo o discurso proferido por Jango no Comício da Central.



"Devo agradecer em primeiro lugar às organizações promotoras deste comício, ao povo em geral e ao bravo povo carioca em particular, a realização, em praça pública, de tão entusiasta e calorosa manifestação. Agradeço aos sindicatos que mobilizaram os seus associados, dirigindo minha saudação a todos os brasileiros que, neste instante, mobilizados nos mais longínquos recantos deste país, me ouvem pela televisão e pelo rádio.
Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país.
Presidente de 80 milhões de brasileiros, quero que minhas palavras sejam bem entendidas por todos os nossos patrícios.
Vou falar em linguagem que pode ser rude, mas é sincera sem subterfúgios, mas é também uma linguagem de esperança de quem quer inspirar confiança no futuro e tem a coragem de enfrentar sem fraquezas a dura realidade do presente.
Aqui estão os meus amigos trabalhadores, vencendo uma campanha de terror ideológico e sabotagem, cuidadosamente organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável encontro entre o povo e o seu presidente, na presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país.
Chegou-se a proclamar, até, que esta concentração seria um ato atentatório ao regime democrático, como se no Brasil a reação ainda fosse a dona da democracia, e a proprietária das praças e das ruas. Desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas. (...)
A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia antipovo, do anti-sindicato, da anti-reforma, ou seja, aquela que melhor atende aos interesses dos grupos a que eles servem ou representam.
A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício.
Ainda ontem, eu afirmava, envolvido pelo calor do entusiasmo de milhares de trabalhadores no Arsenal da Marinha, que o que está ameaçando o regime democrático neste País não é o povo nas praças, não são os trabalhadores reunidos pacificamente para dizer de suas aspirações ou de sua solidariedade às grandes causas nacionais. Democracia é precisamente isso: o povo livre para manifestar-se, inclusive nas praças públicas, sem que daí possa resultar o mínimo de perigo à segurança das instituições. (...)
Estaríamos, sim, ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da Nação, que de norte a sul, de leste a oeste levanta o seu grande clamor pelas reformas de estrutura, sobretudo pela reforma agrária, que será como complemento da abolição do cativeiro para dezenas de milhões de brasileiros que vegetam no interior, em revoltantes condições de miséria
Ameaça à democracia não é vir confraternizar com o povo na rua. Ameaça à democracia é empulhar o povo explorando seus sentimentos cristãos, mistificação de uma indústria do anticomunismo, pois tentar levar o povo a se insurgir contra os grandes e luminosos ensinamentos dos últimos Papas que informam notáveis pronunciamentos das mais expressivas figuras do episcopado brasileiro. (...)
Àqueles que reclamam do Presidente de República uma palavra tranqüilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social.
Perdem seu tempo os que temem que o governo passe a empreender uma ação subversiva na defesa de interesses políticos ou pessoais; como perdem igualmente o seu tempo os que esperam deste governo uma ação repressiva dirigida contra os interesses do povo. Ação repressiva, povo carioca, é a que o governo está praticando e vai ampliá-la cada vez mais e mais implacavelmente, assim na Guanabara como em outros estados contra aqueles que especulam com as dificuldades do povo, contra os que exploram o povo e que sonegam gêneros alimentícios e jogam com seus preços.
Não receio ser chamado de subversivo pelo fato de proclamar, e tenho proclamado e continuarei a proclamando em todos os recantos da Pátria “ a necessidade da revisão da Constituição, que não atende mais aos anseios do povo e aos anseios do desenvolvimento desta Nação.
Essa Constituição é antiquada, porque legaliza uma estrutura sócio-econômica já superada, injusta e desumana; o povo quer que se amplie a democracia e que se ponha fim aos privilégios de uma minoria; que a propriedade da terra seja acessível a todos; que a todos seja facultado participar da vida política através do voto, podendo votar e ser votado; que se impeça a intervenção do poder econômico nos pleitos eleitorais e seja assegurada a representação de todas as correntes políticas, sem quaisquer discriminações religiosas ou ideológicas.
Todos têm o direito à liberdade de opinião e de manifestar também sem temor o seu pensamento. É um princípio fundamental dos direitos do homem, contido na Carta das Nações Unidas, e que temos o dever de assegurar a todos os brasileiros. (...)
É apenas de lamentar que parcelas ainda ponderáveis que tiveram acesso à instrução superior continuem insensíveis, de olhos e ouvidos fechados à realidade nacional.
São certamente, trabalhadores, os piores surdos e os piores cegos, porque poderão, com tanta surdez e tanta cegueira, ser os responsáveis perante a História pelo sangue brasileiro que possa vir a ser derramado, ao pretenderem levantar obstáculos ao progresso do Brasil e à felicidade de seu povo brasileiro. (...)
E podeis estar certos, trabalhadores, de que juntos o governo e o povo: “operários, camponeses, militares, estudantes, intelectuais e patrões brasileiros, que colocam os interesses da Pátria acima de seus interesses, haveremos de prosseguir de cabeça erguida, a caminhada da emancipação econômica e social deste país.
O nosso lema, trabalhadores do Brasil, é progresso com justiça, e desenvolvimento com igualdade. (...)
Vamos continuar lutando pela construção de novas usinas, pela abertura de novas estradas, pela implantação de mais fábricas, por novas escolas, por mais hospitais para o nosso povo sofredor; mas sabemos que nada disso terá sentido se ao homem não for assegurado o direito sagrado ao trabalho e uma justa participação nos frutos deste desenvolvimento.
Não, trabalhadores; sabemos muito bem que de nada vale ordenar a miséria, dar-lhe aquela aparência bem comportada com que alguns pretendem enganar o povo. Brasileiros, a hora é das reformas de estrutura, de métodos, de estilo de trabalho e de objetivo. Já sabemos que não é mais possível progredir sem reformar; que não é mais possível admitir que essa estrutura ultrapassada possa realizar o milagre da salvação nacional para milhões de brasileiros que da portentosa civilização industrial conhecem apenas a vida cara, os sofrimentos e as ilusões passadas.
O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma ordem econômica e jurídica superada pelas realidades do tempo em que vivemos.
Trabalhadores, acabei de assinar o decreto da SUPRA com o pensamento voltado para a tragédia do irmão brasileiro que sofre no interior de nossa Pátria. Ainda não é aquela reforma agrária pela qual lutamos.
Ainda não é a reformulação de nosso panorama rural empobrecido. Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado. Mas é o primeiro passo: uma porta que se abre à solução definitiva do problema agrário brasileiro.
O que se pretende com o decreto que considera de interesse social para efeito de desapropriação as terras que ladeiam eixos rodoviários, leitos de ferrovias, açudes públicos federais e terras beneficiadas por obras de saneamento da União, é tornar produtivas áreas inexploradas ou subutilizadas, ainda submetidas a um comércio especulativo, odioso e intolerável.
Não é justo que o benefício de uma estrada, de um açude ou de uma obra de saneamento vá servir aos interesses dos especuladores de terra, que se apoderaram das margens das estradas e dos açudes. A Rio-Bahia, por exemplo, que custou 70 bilhões de dinheiro do povo, não deve beneficiar os latifundiários, pela multiplicação do valor de suas propriedades, mas sim o povo. (...)
Reforma agrária com pagamento prévio do latifúndio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária. É negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário, radicalmente oposto aos interesses do povo brasileiro. Por isso o decreto da SUPRA não é a reforma agrária.
Sem reforma constitucional, trabalhadores, não há reforma agrária. Sem emendar a Constituição, que tem acima de dela o povo e os interesses da Nação, que a ela cabe assegurar, poderemos ter leis agrárias honestas e bem-intencionadas, mas nenhuma delas capaz de modificações estruturais profundas.
Graças à colaboração patriótica e técnica das nossas gloriosas Forças Armadas, em convênios realizados com a SUPRA, graças a essa colaboração, meus patrícios espero que dentro de menos de 60 dias já comecem a ser divididos os latifúndios das beiras das estradas, os latifúndios aos lados das ferrovias e dos açudes construídos com o dinheiro do povo, ao lado das obras de saneamento realizadas com o sacrifício da Nação. E, feito isto, os trabalhadores do campo já poderão, então, ver concretizada, embora em parte, a sua mais sentida e justa reivindicação, aquela que lhe dará um pedaço de terra para trabalhar, um pedaço de terra para cultivar. Aí, então, o trabalhador e sua família irão trabalhar para si próprios, porque até aqui eles trabalham para o dono da terra, entregam, como aluguel, metade de sua produção. E não se diga, trabalhadores, que há meio de se fazer reforma sem mexer a fundo na Constituição. Em todos os países civilizados do mundo já foi suprimido do texto constitucional parte que obriga a desapropriação por interesse social, a pagamento prévio, a pagamento em dinheiro.
No Japão de pós-guerra, há quase 20 anos, ainda ocupado pelas forças aliadas vitoriosas, sob o patrocínio do comando vencedor, foram distribuídos dois milhões e meio de hectares das melhores terras do país, com indenizações pagas em bônus com 24 anos de prazo, juros de 3,65% ao ano. E quem é que se lembrou de chamar o General MacArthur de subversivo ou extremista?
Na Itália, ocidental e democrática, foram distribuídos um milhão de hectares, em números redondos, na primeira fase de uma reforma agrária cristã e pacífica iniciada há quinze anos, 150 mil famílias foram beneficiadas.
No México, durante os anos de 1932 a 1945, foram distribuídos trinta milhões de hectares, com pagamento das indenizações em títulos da dívida pública, 20 anos de prazo, juros de 5% ao ano, e desapropriação dos latifúndios com base no valor fiscal.
Na Índia foram promulgadas leis que determinam a abolição da grande propriedade mal aproveitada, transferindo as terras para os camponeses.
Essas leis abrangem cerca de 68 milhões de hectares, ou seja, a metade da área cultivada da Índia. Todas as nações do mundo, independentemente de seus regimes políticos, lutam contra a praga do latifúndio improdutivo.
Nações capitalistas, nações socialistas, nações do Ocidente, ou do Oriente, chegaram à conclusão de que não é possível progredir e conviver com o latifúndio.
A reforma agrária é também uma imposição progressista do mercado interno, que necessita aumentar a sua produção para sobreviver.
Os tecidos e os sapatos sobram nas prateleiras das lojas e as nossas fábricas estão produzindo muito abaixo de sua capacidade. Ao mesmo tempo em que isso acontece, as nossas populações mais pobres vestem farrapos e andam descalças, porque não tem dinheiro para comprar.
Assim, a reforma agrária é indispensável não só para aumentar o nível de vida do homem do campo, mas também para dar mais trabalho às industrias e melhor remuneração ao trabalhador urbano.
Interessa, por isso, também a todos os industriais e aos comerciantes. A reforma agrária é necessária, enfim, à nossa vida social e econômica, para que o país possa progredir, em sua indústria e no bem-estar do seu povo.
Como garantir o direito de propriedade autêntico, quando dos quinze milhões de brasileiros que trabalham a terra, no Brasil, apenas dois milhões e meio são proprietários?
O que estamos pretendendo fazer no Brasil, pelo caminho da reforma agrária, não é diferente, pois, do que se fez em todos os países desenvolvidos do mundo. É uma etapa de progresso que precisamos conquistar e que haveremos de conquistar.
Esta manifestação deslumbrante que presenciamos é um testemunho vivo de que a reforma agrária será conquistada para o povo brasileiro. O próprio custo daprodução, trabalhadores, o próprio custo dos gêneros alimentícios está diretamente subordinado às relações entre o homem e a terra. Num país em que se paga aluguéis da terra que sobem a mais de 50 por cento da produção obtida daquela terra, não pode haver gêneros baratos, não pode haver tranquilidade social. No meu Estado, por exemplo, o Estado do deputado Leonel Brizola, 65% da produção de arroz é obtida em terras alugadas e o arrendamento ascende a mais de 55% do valor da produção. O que ocorre no Rio Grande é que um arrendatário de terras para plantio de arroz paga, em cada ano, o valor total da terra que ele trabalhou para o proprietário. Esse inquilinato rural desumano é medieval é o grande responsável pela produção insuficiente e cara que torna insuportável o custo de vida para as classes populares em nosso país. (...)
E é claro, trabalhadores, que só se pode iniciar uma reforma agrária em terras economicamente aproveitáveis. E é claro que não poderíamos começar a reforma agrária, para atender aos anseios do povo, nos Estados do Amazonas ou do Pará. A reforma agrária deve ser iniciada nas terras mais valorizadas e ao lado dos grandes centros de consumo, com transporte fácil para o seu escoamento. (...)
Não me animam, trabalhadores e é bom que a nação me ouça quaisquer propósitos de ordem pessoal. Os grandes beneficiários das reformas serão, acima de todos, o povo brasileiro e os governos que me sucederem. A eles, trabalhadores, desejo entregar uma Nação engrandecida, emancipada e cada vez mais orgulhosa de si mesma, por ter resolvido mais uma vez, pacificamente, os graves problemas que a História nos legou. Dentro de 48 horas, vou entregar à consideração do Congresso Nacional a mensagem presidencial deste ano.
Mas estaria faltando ao meu dever se não transmitisse, também, em nome do povo brasileiro, em nome destas 150 ou 200 mil pessoas que aqui estão, caloroso apelo ao Congresso Nacional para que venha ao encontro das reinvindicações populares, para que, em seu patriotismo, sinta os anseios da Nação, que quer abrir caminho, pacífica e democraticamente para melhores dias. Mas também, trabalhadores, quero referir-me a um outro ato que acabo de assinar, interpretando os sentimentos nacionalistas destes país. Acabei de assinar, antes de dirigir-me para esta grande festa cívica, o decreto de encampação de todas as refinarias particulares.
A partir de hoje, trabalhadores brasileiros, a partir deste instante, as refinarias de Capuava, Ipiranga, Manguinhos, Amazonas, e Destilaria Rio Grandense passam a pertencer ao povo, passam a pertencer ao patrimônio nacional.
Ao anunciar, à frente do povo reunido em praça pública, o decreto de encampação de todas as refinarias de petróleo particulares, desejo prestar homenagem de respeito àquele que sempre esteve presente nos sentimentos do nosso povo, o grande e imortal Presidente Getúlio Vargas. (...)
Na mensagem que enviei à consideração do Congresso Nacional, estão igualmente consignadas duas outras reformas que o povo brasileiro reclama, porque é exigência do nosso desenvolvimento e da nossa democracia. Refiro-me à reforma eleitoral, à reforma ampla que permita a todos os brasileiros maiores de 18 anos ajudar a decidir dos seus destinos, que permita a todos os brasileiros que lutam pelo engrandecimento do país influir nos destinos gloriosos do Brasil. Nesta reforma, pugnamos pelo princípio democrático, princípio democrático fundamental, de que todo alistável deve ser também elegível.
Também está consignada na mensagem ao Congresso a reforma universitária, reclamada pelos estudantes brasileiros. Pelos universitários, classe que sempre tem estado corajosamente na vanguarda de todos os movimentos populares nacionalistas. (...)
Dentro de poucas horas, outro decreto será dado ao conhecimento da Nação. É o que vai regulamentar o preço extorsivo dos apartamentos e residências desocupados, preços que chegam a afrontar o povo e o Brasil, oferecidos até mediante o pagamento em dólares. Apartamento no Brasil só pode e só deve ser alugado em cruzeiros, que é dinheiro do povo e a moeda deste país. Estejam tranqüilos que dentro em breve esse decreto será uma realidade. (...)
Ao encerrar, trabalhadores, quero dizer que me sinto reconfortado e retemperado para enfrentar a luta que tanto maior será contra nós quanto mais perto estivermos do cumprimento de nosso dever. À medida que esta luta apertar, sei que o povo também apertará sua vontade contra aqueles que não reconhecem os direitos populares, contra aqueles que exploram o povo e a Nação.
Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil."

sábado, 12 de março de 2011

Viomundo: Japão: Quando tudo, de repente, treme (o depoimento do professor)

Visite a página do Viomundo e veja os vídeos.


Ouvido pelo New York Times, o professor William Tsutui, que estava em Tóquio na hora do terremoto, deu seu depoimento:
O dr. Tsutsui caminhou pela cidade depois [do primeiro terremoto], experimentando os tremores secundários, e disse que não viu danos reais às estruturas em qualquer lugar. As estruturas estavam em pé, ele disse, enquanto as pessoas em bicicletas ou motos tinham caído no chão.
“É realmente um testemunho sobre os métodos de construção japoneses”, ele disse. “Não consigo imaginar um terremoto desta magnitude em Los Angeles ou São Francisco causando poucos danos. O contraste com o Haiti não poderia ser mais extremo”.
*****
Certa vez, quando eu, Azenha,  fui ao Japão fazer uma grande reportagem — que incluiu o monitoramento do monte Fuji e o sistema de resgates de Kobe, que já foi devastada por um terremoto –, entrei sob um prédio de Tóquio para filmar os gigantescas molas amortecedoras que permitem ao edifício chacoalhar sem tombar. Impressionante!

Viomundo: Conceição Lemes: Remédios para emagrecer emagrecem?

Conceição Lemes: Remédios para emagrecer emagrecem?

por Conceição Lemes
Os remédios para emagrecer são mania nacional. É ligar televisão ou rádio, acessar internet, abrir jornal ou revista. Anúncios deles existem aos montes.  Porém, os cientificamente testados e os aprovados são poucos. E todos — atenção! — ainda longe do ideal.
Desde o final de janeiro, um deles, a sibutramina, está proibido em todos os países da Europa. Nos Estados Unidos, a FDA, a agência de controle de alimentos e medicamentos, determinou a inclusão de novas contraindicações na bula do produto. A sibutramina não deve ser usada em pacientes com história de doenças cardiovasculares ou com fatores de risco para desenvolvê-las.
Aqui, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez o mesmo.  Ainda em fevereiro, a Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) fará nova avaliação dos estudos, para decidir se amplia as restrições do uso do remédio.
A decisão da Agência Europeia de Medicamentos (EMA – European Medicine Agency) de proibir a sibutramina foi a divulgação dos resultados do estudo denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes). Durante seis anos, ele avaliou 10 mil pacientes obesos com risco aumentado de doenças cardiovasculares.
No grupo que tomou placebo (preparação neutra, com aparência do remédio verdadeiro, mas sem efeito farmacológico), 10% tiveram infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou parada cardíaca. Já no que tomou a sibutramina, a porcentagem foi maior: 11,45%.  Um aumento de 16%, quando comparado ao tratado com placebo.
“O estudo foi feito com pacientes com história de doenças cardioavasculares para os quais geralmente nós já não prescrevíamos a sibutramina”, explica médica endocrinologista Maria Teresa Zanella, professora titular de Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O médico endocrinologista Simão Lottenberg, do Serviço de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP, acrescenta: “Embora não houvesse contraindicação formal, a recomendação era de que fosse administrada com cautela em obesos hipertensos ou com problemas  cardiovasculares, já que eventualmente a sibutramina pode aumentar a pressão arterial e causar arritmia [alteração do ritmo dos batimentos cardíacos]”.
A doutora Maria Teresa reforça: “Na prática, nós já adotávamos as contraindicações estabelecidas atualmente pela Anvisa em função do novo estudo”.
A DROGA IDEAL AINDA NÃO EXISTE; TODAS TÊM EFEITOS COLATERAIS
“O fato é que, mesmo os aprovados, por si só não resolvem a obesidade. Eles apenas ajudam no processo de emagrecimento”, alerta Simão Lottenberg “Se não forem acompanhados de reeducação alimentar e atividade física, eles não funcionam. Todos ainda têm efeitos colaterais.”
“Na verdade, o desafio da ciência é conseguir uma droga que atue essencialmente na queima de calorias, de forma a gastar a gordura estocada a mais”, “Essa droga ainda não existe.”
Os remédios hoje disponíveis agem fundamentalmente no mecanismo de ingestão de calorias:
* Anfetamínicos – Mazindol, femproporex e anfepramona são os nomes químicos. “Primos” da anfetamina, eles aumentam a produção de adrenalina pelo organismo, diminuindo a fome no horário em que é tomado. Custam barato, mas produzem muitos efeitos colaterais: ansiedade, insônia, agitação, irritabilidade, aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), devem ser usados em baixas doses, no máximo por três meses, pois causam dependência e, principalmente, tolerância: com o tempo, a pessoa precisa usar doses cada vez maiores para a medicação funcionar. E, aí, aumenta o risco de alterações psíquicas, cardíacas e de pressão arterial.
* Sibutramina – Mais segura do que os anfetamínicos, tira um pouco do apetite e aumenta a saciedade. Como qualquer medicação, pode provocar efeitos colaterais, como dor de cabeça, alterações emocionais e na pressão arterial. Portanto, seu uso deve ser monitorado, até porque não são todos que se beneficiam do tratamento: cerca de 60% dos usuários perdem peso; 40%, não.
“A sibutramina diminui a ansiedade, por isso é mais indicada para os comedores compulsivos”, informa  Lottenberg. Outras drogas que aumentam a saciedade e têm sido usadas no tratamento da obesidade são a fluoxetina e a sertralina (antidepressivos) e o topiramato (anticonvulsivante).
* Orlistat – Diferentemente de anfetamínicos, sibutramina, fluoxetina, sertralina e topiramato, o orlistat não age no cérebro, portanto não tira o apetite nem aumenta a saciedade. Sua forma de atuação: ele diminui em 30% a absorção da gordura da alimentação. Seu efeito colateral mais importante é a diarreia: a maior quantidade de gordura no intestino faz com que ele funcione mais rápido, aumentando o número de evacuações diárias. Por vezes acontecem “acidentes”, principalmente quando se come algum alimento mais gorduroso. Assim como a sibutramina, pode ser usado por tempo prolongado e em cerca de 40% das pessoas não funciona. Custa muito caro.
“A opção por um desses remédios depende de cada caso. Tem de pesar risco, benefícios, efeitos colaterais, contraindicações e custo financeiro”, esclarece Lottenberg. “Por si só, nenhum é capaz de solucionar a obesidade. Eles são apenas coadjuvantes do processo de emagrecimento.”
“Além disso, quando as pessoas perdem cerca de 10% do peso, esses medicamentos fazem um platô”, chama a atenção Maria Teresa. “Isso significa que, mesmo que continuem sendo usados, a pessoa pára de emagrecer.”
Por tudo isso, atenção:
1) não existe droga milagrosa para emagrecer, nem aqui nem no restante do mundo; se alguém te prometer o contrário, está mentindo.
2) esses poucos remédios aprovados devem ser usados sob rigorosa prescrição médica;
3) não substituem em hipótese alguma a reeducação alimentar e a atividade física;
4) nenhum deles permite que se coma à vontade e ser sedentário;  se não houver mudança no estilo de vida, não funcionam;
5) a mudança de hábitos é a única receita que faz você eliminar os quilos extras e manter o peso saudável por tempo prolongado. Com a vantagem de não ter efeitos colaterais e beneficiar toda a sua saúde.

Viomundo: Drogas: O que falar com os filhos

Excelente texto, mas eu me pergunto: E QUEM NÃOTEM FAMÍLIA?. Acho que a polícia é quem resolve...


Drogas: O que falar com os filhos

por Conceição Lemes
O consumo de drogas, inclusive álcool, cresce na maior parte dos países. No Brasil, mais da metade das pessoas já experimentou alguma droga ilícita e a iniciação é cada vez mais precoce. Daí a importância da prevenção.
No seu entender, qual destes discursos deve ser adotado por uma mãe ou um pai:
a) Meu filho, evite as drogas.
b) Meu filho, o problema não é a droga; é a polícia, o bandido. Então venha usar aqui em casa.
c) Meu filho, eu sei lidar, você saberá lidar também. Como você é um bom garoto, a questão está em suas mãos.
“A longo prazo, filhos de pais que lançam mão do discurso a usam menos drogas do que os dos que recorrem ao b ou c, que são ambíguos. É difícil o adolescente entender que drogas fazem mal se o uso é permitido em casa”, alerta o psiquiatra e professor André Malbergier, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea), da Faculdade de Medicina da USP. Ele avisa: “O cérebro dos adolescentes não está preparado para lidar com situações de prazer envolvidas no uso de cigarro, álcool e drogas ilícitas, o que aumenta o risco de se tornarem usuários”.
Existem no cérebro regiões que medeiam a relação de prazer que temos com as coisas da vida. Algumas substâncias nele produzidas estão envolvidas nessas sensações. Uma delas é a serotonina, ligada à tranquilidade e ao bem-estar. Outra é a dopamina, associada ao prazer. Em adultos saudáveis, a produção de serotonina e de dopamina é relativamente equilibrada. Já os adolescentes produzem normalmente menos serotonina e mais dopamina. Porém, a partir do momento em que começam a usar drogas, têm o circuito cerebral de prazer alterado.
“As drogas potencializam o efeito da dopamina. Funcionam como reforçador do prazer que dificilmente se obtém nas atividades comuns”, explica Malbergier. “Por isso o risco de o adolescente perder o controle sobre o consumo de drogas é consideravelmente maior do que o de alguém que inicia aos 30, 40 anos.”
Mas não é só. Outros fatores contribuem para que adolescentes e até pré-adolescentes se tornem usuários quando entram em contato com drogas: a tendência à impulsividade e a dificuldade de esperar pelo prazer – ele tem de ser imediato; pressão do grupo social; vulnerabilidade genética devido ao tipo de personalidade – há garotos e garotas que nascem com maior propensão à busca de sensações de grande impacto; história familiar de conflitos importantes; falta de um dos pais ou distanciamento de ambos; abuso sexual; violência; acessibilidade.
– Mas eu sempre soube lidar com droga, meu filho saberá também. Isso é coisa da adolescência…
O fato de você ter o consumo sob controle não significa que seu garoto ou sua garota terá, por melhor que eles sejam. Deixar essa questão só nas mãos dos jovens é um risco. Promover saúde é tentar evitar o contato.
– Ah… Mas eu usei drogas dos 18 aos 25 anos, hoje tenho 40, sou um executivo bem-sucedido, trabalho numa boa…
Por mais careta que pareça, o discurso de evitação colabora para que os filhos usem menos drogas. Aliás, mesmo que você consuma, há coisas ligadas ao prazer que não precisam ser ditas aos filhos. Da mesma maneira que você não lhes conta como é sua atividade sexual, certo?
– Mas, se eu disser para evitar, será que ele não vai usar só para me contrariar?
Independentemente de dizer sim ou não, é imensa a probabilidade de os adolescentes experimentarem, pois o acesso é muito fácil. Afinal, em boa parte das festas rolam drogas ilícitas. Agora, se eles introjetaram que os pais preferem que as evitem, diminui a possibilidade de continuarem o consumo.  “A sensação de risco é muito maior do que se simplesmente ouvissem dos pais ‘Isso é fase, faz parte da vida’, justifica Malbergier.
– E se, apesar do discurso de evitação, meu filho continuar usando drogas?
Não é porque ontem seu filho ou sua filha provou álcool ou alguma droga ilícita que amanhã ele ou ela será dependente, irá mal na escola, terá atritos com familiares. Em geral, a dependência é desenvolvida gradativamente. Portanto, fique atento(a) ao processo lento de mudança de comportamento social e  notará tão logo ele ou ela comece a ficar “diferente”. Caso positivo, converse. Se necessário, busque ajuda.
“É claro que vocês, pais, são os primeiros responsáveis pela orientação dos filhos quanto ao uso de cigarro, álcool e drogas ilícitas”, salienta Malbergier, no livro Saúde – A hora é agora. “Mas não os únicos. Como questão de saúde coletiva, a prevenção é responsabilidade também de professores, profissionais de saúde, autoridades governamentais e dos próprios adolescentes. Cada um tem de fazer a sua parte. ”
Para quem já é usuário, a discussão é parar ou reduzir danos. Aqui, tratamos desse aspecto.

O MUNDO VERÁ A MAIOR LUA CHEIA DOS ÚLTIMOS 20 ANOS – “SUPERMOONS”

O MUNDO VERÁ A MAIOR LUA CHEIA DOS ÚLTIMOS 20 ANOS – “SUPERMOONS”


Reprodduzindo do Blog: Shakyamuni:


O mundo está prestes a presenciar a aparição da maior lua cheia das duas últimas décadas. Na semana que vem este satélite natural vai chegar ao ponto mais próximo da Terra.
No dia 19 de março, a lua cheia vai aparecer mais exuberante do que o usual na noite celeste quando ela atinge o ponto máximo de um ciclo, conhecido como ‘Apogeu Lunar’.
É esperado um espetáculo visual quando a lua se aproximará da Terra a uma distância de 221,567 milhas da órbita – chegará mais próxima do nosso planeta desde 1992. 
A lua cheia poderá aparecer no céu 14% maior e 30% mais luminosa, especialmente quando nascer no horizonte do oriente ao pôr-do-sol ou em condições atmosféricas bem favoráveis. 
Este fenômeno é reportado como o mais relevante assunto sobre ‘supermoons’ que esta conectado com o as extremas manifestações do clima -  como os terremotos, vulcões e tsunamis. A última vez que a lua passou tão próxima da Terra foi no dia 10 de janeiro de 2005, nos dias próximos dos terremotos na Indonésia que registrou 9.0 na escala Richter.
O furacão Katrina em 2005 também foi associado com a lua cheia incomum.
Previsões de ‘supermoons’ aconteceram em 1955, 1974 e 1992 – cada um destes anos tivemos a experiência de fortes manifestações climáticas.