Coisas da Tamonca

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Conceição do Coité, Bahia, Brazil
Pedagoga, Matemática, Mãe, Gestora da Escola Antônio Bahia-Conceição do Coité, Petista por enquanto, Amo LULA, luto por justiça, igualdade, odeio qualquer tipo de calúnia, discriminação ou preconceito. E vou vivendo... Música, poesia, livros, arte, cultura, internet, política e educação são minhas diversões. No mais o mundo é uma caixinha de surpresas, é só querer descobrir!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Rede Globo, o FMI e a crise do capitalismo - Portal Vermelho#.Tt4DzhlmUPk.facebook

A Rede Globo, o FMI e a crise do capitalismo - Portal Vermelho#.Tt4DzhlmUPk.facebook

Durante visita ao Brasil na semana passada, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, concedeu entrevista ao Globo News Painel, na qual, entre outras coisas, previu uma “década perdida” para a Europa, se os impasses na solução da crise perdurar, e procurou justificar os reiterados fracassos e equívocos da instituição que dirige nos diagnósticos, previsões e receitas para os países altamente endividados.Por Umberto MartinsO programa foi conduzido pelo jornalista William Waack (um amigo canino dos EUA e anticomunista empedernido que parecia extasiado diante da francesa de feição aristocrática) e contou com uma seleta plateia de convidados. Entre esses, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que interpelou Lagard sobre a notória e recorrente incompetência do FMI nas previsões sobre o desempenho das economias, revelada agora na crise europeia.Erramos simA francesa não se deu por vencida. Admitiu o erro (“nós, assim como muitos outros, falhamos em reconhecer a crise precocemente. Não vimos a crise que estava se formando”, afirmou) e procurou transformar a autocrítica em virtude absoluta que tudo justifica e perdoa, assegurando que a “beleza” do Fundo consiste precisamente nesta capacidade de reconhecer humildemente os desacertos. Também desafiou aqueles “que têm tendência a criticar” a apontar os equívocos e sugerir correções. Pode parecer convincente e até comovente, mas não é uma boa resposta.Afinal, não é a primeira vez que a famigerada entidade, que se apresenta como multilateral embora represente exclusivamente os interesses das grandes potências capitalistas e do sistema financeiro, erra em suas previsões, diagnósticos e receitas. A história é prenhe de exemplos a este respeito.Um passado que condenaNa crise da dívida que se abateu sobre o Brasil e outros países da América Latina e África nos anos 1980, provocada pela política monetária dos EUA (a alta espetacular dos juros realizada por Paul Vocker), o FMI entrou em campo com empréstimos para evitar solução de continuidade no pagamento dos juros e receitas para ajustar a economia aos interesses da banca: arrocho fiscal, maxidesvalorização, liberalização indiscriminada e privatizações. O resultado é conhecido. A taxa de crescimento declinou da média de 7% ao ano verificada desde o pós guerra até o final dos anos 1970 para cerca de 2,5%, o que significou a estagnação da renda per capita, desemprego em alta e pelo menos duas décadas perdidas em matéria de desenvolvimento. Aqueles tempos bicudos (no plano econômico) foram temperados com hiperinflação, que também devemos aos remédios ministrados pelos gênios da instituição criada nos acordos de Breton Woods. Mas a dívida foi religiosamente paga e a banca saiu no lucro.Os brasileiros não foram suas únicas vítimas. Na chamada crise asiática, que irrompeu no segundo semestre de 1997, “ficou claro que as políticas do FMI não apenas agravaram as quedas [dos PIBs] como também foram responsáveis, em parte, pelo ocorrido: uma liberalização de capital muito rápida provavelmente foi a causa mais importante da crise”, conforme notou o economista Joseph E. Stiglitz (ex-presidente do Banco Mundial) em seu livro “Os malefícios da globalização”. A reputação do órgão desceu bem abaixo de zero na região.Rebeldia premiadaTivemos também a tragédia da Argentina em 2001, com direito a rebeliões, queda de governos e bancarrota no momento em que o país, altamente endividado e sob o tacão de governos neoliberais, aplicava as amargas receitas do FMI destinadas, como sempre, a assegurar os gordos lucros dos credores. Nosso vizinho e parceiro do Mercosul só saiu da lama quando deu um pontapé no traseiro do Fundo e decretou soberanamente, para irritação e desespero da banca internacional, a moratória da dívida externa.A rebeldia argentina foi premiada pela história, já que depois da moratória (apesar das ameaças imperialistas e das pragas rogadas pelos banqueiros, que cortaram o crédito internacional para o país) a Argentina voltou a crescer impetuosamente reduzindo substancialmente os índices de desemprego e pobreza. Nestor Kirchner, que morreu em 2010, é por lá considerado com razão um herói nacional por ter tido a coragem política e intelectual de peitar a o poderoso, muito embora decadente, sistema financeiro mundial.O problema de fundo do FMI é sua completa subordinação aos interesses das potências capitalistas (EUA e Europa, que controlam mais de 50% das cotas e do poder dentro da instituição) e da banca. O dinheiro que empresta não se destina a estimular o desenvolvimento dos países. Flui, de forma direta ou indireta, para o bolso dos credores, garantindo o pagamento das dívidas e contornando a necessidade da moratória.Ciência e interesses de classeNão faltam aqueles que argumentam que o mundo está mudando e o FMI também se recicla. Já não seria, por exemplo, tão fundamentalista e sectário na receita neoliberal, admitindo hoje iniciativas de governos que impõem limites ao fluxo de capitais especulativos. Todavia, basta voltar os olhos para o que está ocorrendo na Europa para perceber que os pacotes impostos aos países em dificuldade têm a mesma orientação e objetivos dos planos aplicados na América Latina em passado recente: garantir a continuidade do fluxo de lucros para os banqueiros através de ajustes ficais que se traduzem em arrocho dos salários, demissões em massa e o impiedoso desmantelamento do Estado de Bem Estar Social.É provável que o velho continente esteja a caminho de uma década perdida, concretizando o vaticínio da tecnocrata francesa. A responsabilidade do FMI e da “troika”, que compõe ao lado do BCE e da cúpula da UE, não será pequena na determinação deste drama. Já é visível na Grécia (há quatro anos em recessão), Portugal , Irlanda e outros países submetidos a pacotes de resgate que preservam os interesses da banca ao preço de um retrocesso social provavelmente sem paralelo na história. A economia política não é uma ciência neutra, seus postulados teóricos, prognósticos e receitas são fortemente influenciados pelos interesses de classe. Por esta razão Karl Marx já falava em economia política burguesa em oposição à economia política da classe trabalhadora. O que orienta a ação do FMI, como observou Stiglitz, não é a ciência econômica. São os interesses decadentes e antissociais da oligarquia financeira, hostis ao desenvolvimento da economia. Isto está no DNA da instituição criada em Breton Woods, é mal que vem do berço e não parece sujeito a reformas.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Belo Monte pelo avesso, sem globais, verdismo e querelas.

EXCELENTE TEXTO REPRODUZIDO DO BLOG OLHOS DO SERTÃO:
 
O vídeo dos globais ajudou aos brasileiros conhecer melhor o projeto Belo Monte. Infelizmente a mídia não tem cumprido o objetivo de trazer informações com qualidade ao brasileiro, principalmente nesse assunto.

Quantas matérias a mídia fez sobre Belo Monte? E como se fez?
A mídia brasileira tem misturado mitos com verdades, envernizando as informações com viés ideológico, além de estimular manifestações pelo país a fora? Parece que sim.

Por isso, entendo que o brasileiro está cada dia menos informado do que está acontecendo nesse país.
Bem, abaixo um excelente texto para discutir Belo Monte sem falcatruas do blog O Escriba


Ok, vamos discutir Belo Monte? Mas que tal fazermos isso com base em dados reais? Sim, porque qualquer discussão baseada em suposições, falseamento, mentiras, não vai levar a lugar algum. Só vai desvirtuar o debate e promover mais ignorância. Então, a partir dos dados fidedignos, podemos nos posicionar contra ou a favor e, melhor, podemos exigir que se cumpra o combinado. Foram décadas de discussão sobre o projeto, que foi alterado para atender muitas das demandas, como não-alagamento de terras indígenas, diminuição dos impactos na região, melhoria das condições de vida das populações das cidades do entorno.
Não podemos cair na 'esparrela' das Reginas Duartes da vida, que aparecem aqui e ali pontuando com a cara constrita que estão "com medo". Ainda mais quando a causa do medo é informação deturpada. O pior é ver ambientalista tarimbado alimentando essa falcatrua, comemorando por exemplo o sucesso de um vídeo de artistas que em vez de jogar luz sobre o assunto, prefere fazer terrorismo barato, com base em informações defasadas, falsas até - chegaram a afirmar que o Parque Nacional do Xingu, que fica mais de 1.300 km ao sul do local da usina, poderá ser inundado!! Pô, aí não, vai... muita apelação! (não acredita? Veja aqui a distância de um para o outro)

Como bem disse o Gilberto Camara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),recentemente em seu blog, os ambientalistas estão perdendo a oportunidade histórica de conseguir avançar, exigindo que o governo e a iniciativa privada promovam a sustentabilidade em seus projetos. Em vez disso, estão apelando para o obscurantismo, a desinformação, o marketing raso, e com isso perdem credibilidade. Uma pena. Quando sentam para discutir e negociar honestamente, conseguem boas vitórias - como a moratória da soja, que envolveu sojeiros da Amazônia, Greenpeace e até o McDonald's. É assim que funciona numa democracia moderna: os diferentes sentam à mesa, colocam seus argumentos, 'senões' e 'poréns' e tentam chegar a um denominador comum. Isso foi feito com Belo Monte, tanto que o projeto mudou da água pro vinho nesse meio tempo e hoje tem tudo para ser exemplo para outras obras do tipo que virão - e virão, não tem pra onde correr - para a Amazônia.



Mas enfim, vamos aos fatos sobre Belo Monte, que estão longe do bicho-papão pintado por aí:
* O lago de Belo Monte terá 503 km2, dos quais 228 km2 já são o leito do próprio rio Xingu. E boa parte da área restante já está desmatada por criadores de gado, agricultores e madeireiras ilegais.

O desmatamento efetivo por conta da usina, portanto, é muito pequeno se comparado com o tamanho do empreendimento, a energia que fornecerá e os benefícios que trará à região. E o lago, uma vez criado, servirá para proteger o entorno de cerca de 28 mil hectares (280 km2), já que vira uma Área de Preservação Permanente (APP).

* É normal que empreendimentos hidrelétricos, e quase todas as fontes de geração de energia, tenham uma capacidade de geração e um fator de potência - ou seja quanto dessa capacidade será possível gerar em média em um ano. No caso de Belo Monte, que tem capacidade instalada de 11.233 MW, a geração média é de 4.571 MW, ou 41%. Esse número é o suficiente para abastecer 40% do consumo residencial de todo o Brasil.

Ao longo de sua elaboração, o projeto Belo Monte foi modificado para restringir os impactos que poderia causar ao meio ambiente e à população da região, reduzindo-se a área de inundação prevista em 60% em relação ao projeto inicial. Isso diminuiu a geração média de energia, mas foi importante para a diminuição do seu impacto.
É pouco? Nem tanto. Dá uma olhada nos dados que este blog compilou sobre a média em outros países (na China é 36% e nos EUA, 46%) e mesmo no Brasil, em outras usinas já em operação, como Itaipu, Tucuruí.

* A média nacional de área alagada é de 0,49 km2 por MW instalado, em Belo Monte essa relação é de apenas 0,04 km2 por MW instalado.

* 70% da energia a ser produzida por Belo Monte destinam-se ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e apresenta o segundo menor valor por MW / hora entre todos os empreendimentos elétricos dos últimos 10 anos (R$ 78 por MW/h). Aquele papo de que a energia de Belo Monte beneficiará apenas esta ou aquela empresa, é balela, lenda. A energia gerada pela usina será conectada ao SIN e, com isto, gera energia para todo o país. O mesmo acontece com TODAS as demais usinas construídas por aqui.

* Há duas maneiras de se construir uma usina hidrelétrica: basear-se exclusivamente no critério de eficiência, em que tería que dispor de um lago enorme, como era o projeto original de Belo Monte de 1980, alagando amplas regiões, ou um sistema energeticamente menos eficiente - o de geração de energia em cima da corretenza do rio, denominado fio d'água - justamente para privilegiar questões ambientais. Belo Monte é desse segundo tipo, não sendo tão eficiente como a média das hidrelétricas brasileiras (na faixa de 50%) justamente em respeito a questões sociais e ambientais.

* Nenhum índio terá que sair de suas terras por causa do projeto e os ribeirinhos que serão realocados vivem, em sua maioria (quase 7 mil famílias), em palafitas nos igarapés de Altamira, em condições sub-humanas.

O governo pretende realocar essas famílias para condomínios habitacionais que ficam em torno de 2 quilômetros de distância de onde estão hoje. São cerca de 18 mil pessoas. A promessa do governo é que essas pessoas receberão casas em locais totalmente urbanizados, com saneamento básico, postos de saúde, escolas e locais de lazer, tudo antes do final de 2014. É anotar e cobrar.

* Substituir a energia de Belo Monte por eólicas e energia solar parece fácil, mas é praticamente impossível. Precisamos de 5 mil MW por ano de energia adicionada ao sistema para garantir o mínimo necessário para que o país continue se desenvolvendo e gerando emprego e renda, e garantindo a inclusão de milhões de brasileiros que hoje estão à margem de todo e qualquer consumo.

Isso não é possível, no curto/médio prazo, com eólica e solar. O Brasil até tem investido bastante nessas duas formas de geração de energia, somos o país que mais tem atraído empresas do setor para cá, mas é coisa para médio-longo prazo. Enquanto isso, fazemos a transição - mas com energia de baixo impacto e limpa, como a hidrelétrica.

Nenhum outro país do mundo consegue isso - EUA, China, Europa, Ìndia, todos estão fazendo investimentos em energia renovável (eólica, solar, etc) com base numa economia sustentada por energia suja - nuclear, térmicas a carvão ou óleo diesel.

Para se ter uma ideia, para ter o mesmo potencial energético de Belo Monte, seria necessário instalar mais de 6 mil aerogeradores, de 3MW cada, ocupando uma área de 470 km2 - ou quase o tamanho do lago de Belo Monte (503 km2).
Bom, tem muito mais coisa para se pontuar, mas já tem um bocado aí pra refletirmos, né mesmo? As coisas nem sempre são tão simples como querem fazer crer uns e outros, nem o diabo é tão feio.
Tem mais informação boa circulando por aí, seguem algumas dicas - quem quiser indicar outros bons textos, coloca na área de comentários que acrescento à lista abaixo:
Belo Monte: Os fatos sobre a vazão reduzida na Volta Grande
Eu não assino petições contra Belo Monte

ADENDUM IMPORTANTE: todas as informações que estão neste post foram retiradas dos links citados, reportagens impressas e televisivas e dados dos ministérios de Minas e Energia, Planejamento e Meio Ambiente. Tenho alguns PDFs que não achei e por isso não estão aqui - vou passá-los pro Slideshare e colocá-los aqui também. ATUALIZAÇÃO: aqui estão algumas das apresentações: O Empreendimento de Belo Monte e o Planejamento e a Expansão do Sistema Elétrico Brasileiro, Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingú e Fatos e Dados sobre a usina.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Altamiro Borges: O épico da Globo e a saga da Rocinha

Altamiro Borges: O épico da Globo e a saga da Rocinha:
Por Maria Inês Nassif, no sítio Carta Maior :

Em 1994, o piloto Ayrton Senna morreu num trágico acidente, em Ímola. Foi o primeiro contato de meus filhos, então com oito e nove anos, com a morte de uma pessoa pública. Toda a máquina da Globo – e também de outras emissoras, mas a máquina da Globo era, e ainda é, a maior, e a Globo tinha, e ainda tem, a exclusividade de transmissão da Fórmula 1 – foi colocada à disposição daquele triste fato, que chegava com excepcional força aos expectadores por ser um ídolo jovem, bem-sucedido e que jamais ter decepcionado o seu público. Era o personagem do bem.Meu filho, Tomás, cansou-se logo, apesar de ter ficado autenticamente comovido com a morte de Senna. Minha filha, mais chegada a um drama, mergulhou aos prantos no espetáculo montado em torno daquela fatalidade. Eu, como jornalista, não sabia muito o quê fazer: a máquina de moer emoções havia sido acionada contra a minha própria filha e eu não sabia se desligava a televisão, ou deixava que ela vivesse o que era também a sua primeira experiência com um drama coletivo. Deixei. E fiquei orgulhosa da Isabel quando ela limpou as lágrimas, levantou da cadeira, desligou a televisão e, por fim, disse: “O que eles estão fazendo com ele?” Tradução: o que a televisão fez com o Senna, ao invadir cada detalhe de sua morte, cada pedaço de sua vida, cada ferimento, cada dor de sua família, cada lágrima capturada pela câmera? Engraçado, mas percebi que ela achou que seu ídolo foi aviltado, e que ela foi manipulada. Espetáculo e televisão são duas coisas inseparáveis, é fato. A imagem é dúbia: ao mesmo tempo em que documenta, é capaz de envolver, emocionalizar e confundir. A imagem não fala por si só. Com uma voz ao fundo, entrevistas escolhidas, cenários de pavor, palavras de esperança, é capaz de construir uma estória, a partir de dados da realidade, com o enredo de uma novela, ou de um filme. Tirar lágrimas ou convencer o público que, acreditando seriamente estar diante de uma realidade pura, vê-se na desgraça total ou chega à redenção.Se a minha filha tivesse nove anos no último domingo, teria visto o Big Brother da Rocinha durante todo o dia, no padrão Globo de televisão, até se perguntar: “o que estão fazendo com eles?” Talvez ela precisasse de uma pergunta mais elaborada do que essa para expressar uma situação em que o direito inalienável do cidadão – a segurança, o direito de ir e vir, a inviolabidade de sua moradia, educação, saúde e todo o grande e generoso artigo 5º de nossa Constituição – foi transformado num épico onde o que importa não é o reconhecimento de que o Estado paga o que deve, mas a ocupação cenográfica de morros e vielas por 3 mil homens, entre Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal, além de 194 fuzileiros navais, 18 veículos blindados, quatro helicópteros da PM e três da Polícia Civil. Os homens de farda não são os agentes de uma política pública de segurança, mas a redenção. Ao final do espetáculo, o que estava em jogo não eram os direitos, nem o reconhecimento de que, enfim, o Estado entendeu que segurança pública é uma política pública integrada com políticas sociais. A TV tinha eleito um herói, o secretário de Segurança Pública do Rio, Mariano Beltrame; coadjuvantes, os policiais; e figurantes, os moradores da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu. Nesse cenário, a contenção das favelas, via a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), torna-se a redenção também da classe média que mora morro abaixo, e que certamente elegerá (no sentido estrito e figurado) o governador Sérgio Cabral e seu secretário Beltrame como aqueles que levaram a paz para os morros e, principalmente, para fora deles. E que vão tornar o Rio mais seguro para as Olimpíadas e para a Copa do Mundo.Antes do espetáculo, uma história cruel de como bandidagem e miséria se juntaram nas favelas foi desconhecida; a saga de como armas e justiça com as próprias mãos ocupou o lugar do Estado em cada núcleo de pobreza foi esquecida; não se falou em como, primeiro, os bicheiros exerceram o papel de Poder Executivo, polícia e justiça em áreas que viraram feudos depois transferidos para traficantes e – quando estes eram expulsos – por milicianos, egressos da própria polícia. A história que a televisão esqueceu de contar é a de pessoas que tiveram de obedecer duas leis (a da cidade e do morro), incorporaram a violência à sua rotina, conviveram com drogas, viram seus filhos tornarem-se “aviões” do tráfico e serem vitimados pela violência e a droga antes de chegarem à vida adulta. O épico da Globo esqueceu a saga dos pobres da favela. E do imenso descaso da opinião pública para com crianças que estavam em idade de estudar e não estudavam, precisavam brincar para ser crianças e não brincaram; e de adultos reduzidos à desumanização da doença, da fome e da falta de cidadania – pelo menos até que isso se traduzisse em violência morro abaixo.A entrada do poder público na Rocinha para garantia dos direitos fundamentais de seus moradores não é o espetáculo. É o reconhecimento do que lhes era devido. Não deve ser visto como a salvação, mas a volta à normalidade.

Blog Luz e Vida: LIBERTAÇÃO DE CONSCIÊNCIA

Blog Luz e Vida: LIBERTAÇÃO DE CONSCIÊNCIA: Joanna de Ângelis, PSICOGRAFADO PELO MÉDIUM Divaldo Pereira Franco, da obra “Momentos Enriquecedores” Não aguardemos que o aplauso do ...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Brasil faz primeiro grande levantamento de dados estatísticos sobre consumo de crack

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil está desenvolvendo o maior estudo sobre consumo de crackdo mundo. De acordo com a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, o objetivo é ter dados estatísticos reais do consumo de crack no país, das grandes cidades à zona rural. A pesquisa está sendo feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a universidade americana de Princeton e os primeiros resultados serão divulgados em abril.
“Em 2010, lançamos o plano integrado de enfrentamento ao crack e outras drogas. Não temos, neste momento, nenhum número exato de consumo decrack no país. São apenas meras especulações. Por isso, estamos desenvolvendo o primeiro grande levantamento que se configura como o maior estudo sobrecrack no mundo”, afirmou hoje (3) a secretária, após a apresentação do Relatório 2010 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife).
A estimativa é que 25 mil pessoas participem da pesquisa, sendo que 22 mil fornecerão dados quantitativos e 3 mil, dados qualitativos. “Esse plano de enfrentamento [estudo direcionado ao consumo de crack] nasceu da preocupação do Brasil com dois indicadores: aumento das apreensões de pasta base feitas pela Polícia Federal e a procura [das pessoas viciadas em crack] por tratamento.”
A grande inovação, segundo Paulina, é que os usuários ouvidos pela pesquisa serão convidados a fazer testes para identificar se contraíram doenças relacionadas ao consumo do crack, como hepatites B e C, tuberculose e aids. “Depois desses testes, eles serão encaminhados à rede de saúde para tratamento.”
Além da pesquisa, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) também vai desenvolver um sistema de monitoramento precoce para consumo e tráfico de drogas em parceria com a Polícia Federal, o Ministério da Saúde e a Universidade de São Paulo (USP). De acordo com Paulina, o investimento será de aproximadamente US$ 5 milhões.
“Vamos juntar programas que possam nos dar as tendências dos surgimentos de novas drogas, novas formas de consumo, pedidos de tratamento, assim como tipos de apreensão em locais onde essas drogas aparecem”, afirmou.
O relatório da Jife divulgado hoje (2) aponta o crescimento do consumo de crackno território brasileiro e destaca o trabalho do governo brasileiro no combate à droga. De acordo com Paulina, o Brasil busca “mecanismos sustentáveis” para o enfrentamento ao crack. Um dos principais problemas é a falta de locais específicos para tratamento dos usuários.
Segundo a secretária, 100 mil profissionais da área de segurança pública e saúde, que combatem o consumo de drogas no país, serão capacitados para esse trabalho. “O Brasil vem fazendo um grande esforço no enfrentamento qualificado ao tráfico urbano.”
Edição: Lana Cristina

Profissão Repórter - O Crack

Cracolândia

Efeitos do crack no organismo - Vídeos - Crack, Nem PensAr.flv

Política Livre: Ministro da Saúde diz agora que crack é nova epidemia no país

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, neste domingo, que a dependência do crack é uma nova epidemia no país. Ao discursar para a juventude do PT –reunida em seu segundo encontro, em Brasília–, Padilha disse ainda que os usuários da droga não devem ser tratados como bandidos. No discurso, Padilha disse que o país vive duas novas epidemias que atingem a juventude. Uma é de acidentes de trânsito. “Uma outra epidemia”, disse ele, “É a epidemia do crack.” “Não podemos amenizar o tema. Quem já foi na cracolândia sabe que esse é um mercado novo de drogas, uma droga barata, desestruturadora de famílias, que interrompe projetos individuais”, acrescentou o ministro, que até o mês passado rechaçava a classificação do problema como epidêmico. (Folha)

Twitaço Contra O Crack

Pessoal,

Vamos participar dessa mobilização. Precisamos despertar para o efeito devastador dessa droga para a vida e para a sociedade em geral!

domingo, 13 de novembro de 2011

VOTE: O RINOCERONTE-GABRIEL DE ARAÚJO-ESCOLA ANTÔNIO BAHIA

Vote na obra do aluno Gabriel de Araújo
O RINOCERONTE
Escola Antônio Bahia
Conceição do Coité, no site da DIREC 12.
Vote várias vezes, é só atualizar.
Muito Obrigada!

http://www.direc12.ba.gov.br/ave.php


Nosso artista fazendo a lembrança do Dia das Mães!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Convite: XV Simpósio Espírita do Centro Espírita Luz, Amor e Verdade-Coité

Convite: XV Simpósio Espírita que acontecerá no Centro Espírita Luz, Amor e Verdade, aqui em Conceição do Coité, de 24 a 27 de novembro de 2011.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Jornal do Brasil: Lula, os abutres da imprensa e seus abutres leitores

Abutres são abutres e nada mais...

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”. (Joseph Pulitzer – 1847/1911)

Lula tem câncer na laringe. A notícia correu pelo Brasil há poucos dias. Os jornalistas de oposição e os que apenas repercutem a agressividade de seus patrões e de seus leitores contra o político estadista se mobilizam freneticamente e correm para o Hospital Sírio-Libanês, onde o presidente mais popular da história do Brasil está a fazer os exames e procedimentos normais, comuns aos que são vítimas dessa doença, com o propósito de combatê-la e vencê-la.
Contudo, o que realmente me chamou a atenção foram alguns jornalistas pertencentes aos quadros da imprensa corporativa e privada (privada nos dois sentidos, tá?) e de seus leitores, que se comportaram como abutres ou corvos, no sentido de se reportarem sem o mínimo de educação e decência e civilidade quando se trata de atacar àquele que eles consideram o inimigo a ser batido, mesmo quando esse “inimigo” político é vítima de câncer ao tempo que amado por milhões e milhões de brasileiros, ao ponto de sair da Presidência com índices gigantescos de aprovação ao seu Governo que atingiram o patamar de 87%, acima dos índices de popularidade do mito Nelson Mandela quando deixou a presidência da África do Sul.
Lamentável e desumano o papel de certos jornalistas e de seus leitores abutres, que estão a fazer campanhas nas redes sociais da maneira mais sórdida possível, que afrontam a dignidade humana. Lúcia Hipólito, Arnaldo Jabor, Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo se esmeraram em repercutir suas vilanias e a total falta de senso crítico e de respeito à ética jornalística e aos cidadãos, que ficam a escutar comentários desrespeitosos, agressivos e levianos, sem conteúdo informativo e que distorcem a verdade e a realidade dos fatos. É o verdadeiro jornalismo de esgoto, praticado por essa imprensa em um tempo de dez anos, desde que os governantes trabalhistas (Lula e Dilma) ascenderam ao poder.
Entretanto, é necessário salientar que desta vez o que me chamou a atenção foi o comportamento dos leitores e ouvintes desses jornalistas, que se comportam como leões-de-chácara dos interesses dos barões da imprensa, do grande empresariado e da oposição partidária (PSDB-DEM-PPS) ao Governo Dilma Rousseff. Por intermédio das redes sociais, estão a realizar uma campanha de ordem fascista que pede de forma debochada e vil para o político mais popular da história deste País tratar sua doença no SUS (rede pública de Saúde que o povo dos Estados Unidos não tem e assunto que causa transtornos até hoje a Obama), que, por sinal, ficou sem os bilhões da CPMF, criação dos tucanos, que no decorrer do Governo do neoliberal Fernando Henrique foram desviados para outros setores da administração pública. O mesmo governo neoliberal que vendeu o patrimônio do Brasil e foi ao FMI pedir esmolas três vezes, e de joelhos.
O jornalismo de meias verdades, manipulado, distorcido e muitas vezes baseado em mentiras praticado pelos órgãos de comunicação hegemônicos tem agora um similar: parte de seus leitores, ouvintes e telespectadores, que ocupam as redes sociais para disseminar intolerância e preconceitos abissais que diminuem a alma humana perante a vida. Eles formam uma coletividade de uma perversidade que impressiona por sua ausência de sentimentos nobres mesmo quando o alvo, no caso o presidente Lula, está doente. O político que não os agrada, tanto no aspecto político, partidário e ideológico, e por isso nem na enfermidade dão trégua, porque eles sabem que Lula, enquanto vivo e com saúde, será o peso que vai pender a balança de todas as eleições para um lado, o lado trabalhista, a parte da laranja que não é a deles. A direita não se conforma.
Todavia, não são apenas essas questões que incomodam os fãs da Veja, de O Globo, do Estadão, da Folha, da TV Globo e do Zero Hora. O que incomoda mesmo é ter de ver o Lula ser tratado em um hospital onde os ricos, os brancos, os “bem” nascidos e os famosos são atendidos. O pior de tudo é que a imensa maioria desses pequenos abutres é de classe média, consumidores beneficiados por créditos (empréstimos, CDC, cheque especial, cartões, consignados etc.) oferecidos democraticamente a todos os brasileiros pelos programas de governo dos trabalhistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
Esses fatores de ascensão social para classe média não são chamados de forma irônica e raivosa de “Bolsa Classe Média” ou “Bolsa Me dei Bem” ou “Bolsa Desejo e Sonho Realizados”. Agora, o Bolsa Família, que ajuda a desenvolver a economia brasileira, principalmente nas regiões mais pobres como a Nordeste e Norte é criticado, de forma injusta e cruel. São essas pessoas que agridem Lula na internet que usufruem do acesso ao crédito fácil, porque antes a classe média e os pobres não tinham direito a nada, a não ser ver novelas e beber cerveja em um barzinho, porque até passagem de avião era difícil comprar.
Usufruíram tanto dessas facilidades bancárias que hoje têm carros, produtos eletro-eletrônicos e da linha branca. Compraram imóveis, terrenos e viajaram e viajam muito, mas não há reconhecimento, porque quando se é escorpião, você não vai deixar de ferroar também aquele que o beneficiou. Afinal, ouvintes de Jabor e de Hipólito, e leitores de Azevedo e Nunes não se preocupam com essas “irrelevâncias”, não é? A pequena burguesia não quer saber de democracia política e econômica. Ela faz marchas contra a corrupção e nunca contra os corruptores (empresários e seus lobistas) e usa as vassouras janistas golpistas como armas. Não é isto?
O pequeno burguês vive mentalmente em seu mundinho de playground, mesmo se ele viaja e conhece o mundo, porque para ele ser cosmopolita é usar roupas de grife, ter seu emprego garantido, estudar preferencialmente em universidade pública, fazer plástica e ter ódio da ascensão social de milhões de brasileiros, que passaram também a ter o direito de ocupar os aeroportos e viajar de avião, o que faz com que pessoas do nível de Jabor e Hipólito se sintam enojadas com a presença da “plebe rude” audaciosa, que não retrata a “massa cheirosa” e “limpinha” dos tucanos, tão elogiada no tempo das eleições por Eliane Catanhêde, colunista da Folha de S. Paulo e que faz aparições na Globo News, televisão que tem milhares de “especialistas” de prateleira e que o povo brasileiro não está nem aí para o que eles dizem ou afirmam ou pensam.
São esses mesmos cidadãos “tão evoluídos, inteligentes e superiores” que freqüentam as redes sociais e que também foram beneficiados pelo governo trabalhista de Luiz Inácio da Silva que atacam o estadista brasileiro da forma mais pérfida, sórdida e desrespeitosa possível. Lula foi o presidente e é o político mais agredido pela imprensa gangsteriana e pelos pequenos mussolinis que infestam as redes sociais. A finalidade desses despropósitos é desqualificar um dos maiores presidentes que a República já teve, juntamente com o grande estadista Getúlio Dornelles Vargas, também vítima de pequenos e grandes abutres ou corvos, como era o corvo-mor da elite brasileira, Carlos Lacerda, ídolo da direita política e empresarial e dos nossos pequenos burgueses carregadores de vassouras, racistas e dedicados à causa da classe social que eles equivocadamente acham que pertencem: a classe rica. Coitados.
De novo: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”. É isso aí.

Davis Sena Filho

Lula agradece pelo apoio recebido (para TV, em HD)

Professor Danilo-Vereador: Conceição do Coité ganha Programa Academia de Saúd...

Professor Danilo-Vereador: Conceição do Coité ganha Programa Academia de Saúd...: Ministro anuncia implantação de 2.000 academias da saúde
Lançada em abril, a estratégia estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer. Apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou os municípios que serão contemplados pelo Programa Academia da Saúde, que estimulam a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer. Em todo o Brasil, foram selecionados 2 mil polos que serão instalados em 1.828 municípios. O anúncio foi realizado durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). De acordo com o estudo Vigitel 2010, 16,4% dos brasileiros são sedentários e apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre.

Confira apresentação
Confira lista de municípios beneficiados
“As Academias da Saúde são mais do que espaços públicos de lazer: trata-se de meios de acesso às práticas corporais pela maioria da população, com impacto direto na qualidade de vida e na saúde das pessoas”, ressalta o ministro. Padilha observa que a construção desses espaços é uma das estratégias do governo federal para a promoção da saúde, prevenção de enfermidades e redução de mortes prematuras por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) – medidas previstas no Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das DCNT. Lançado em agosto, tem como meta a redução de 2% ao ano das mortes prematuras por essas doenças. O objetivo é alcançar melhorias em indicadores relacionados ao tabagismo, álcool, sedentarismo, à alimentação inadequada e obesidade.
Os polos do Programa Academia da Saúde são espaços públicos construídos para a prática de atividade física. As atividades devem estar ligadas aos serviços de atenção básica. Lançada no último mês de abril, a estratégia Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer, a exemplo de iniciativas bem sucedidas realizadas em cidades como Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Vitória. Os secretários de saúde destes municípios receberam, durante a Expoepi, uma homenagem do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
SEDENTARISMO E OBESIDADE – De acordo com o estudo Vigitel 2010, 16,4% dos brasileiros são sedentários; ou seja, pessoas que não fazem nenhuma atividade física no tempo livre, nem mesmo nos deslocamentos diários ou em atividades como a limpeza da casa ou outros tipos de trabalho. A pesquisa também mostra que, nos períodos de lazer, 25,8% dos brasileiros passam três ou mais horas em frente à TV, durante cinco ou mais vezes por semana. Além disso, apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre, com maior proporção entre homens (18,5%) na comparação com as mulheres (12%) e existe diferença importante em relaçao a escolaridade, 12% da populaçao com menos escolaridade é ativa e 20% da populaçao com 12 anos ou mai s de escolaridade é ativa, mostrando a importancia de investir em espaços que promovam atividade física para ampliar o acesso da populaçcoa de baixa renda. A Organização Mundial de Saúde recomenda a prática de 30 minutos de atividade física, durante cinco ou mais dias por semana.
Outro indicador preocupante se refere ao sobrepeso e à obesidade. O Vigitel 2010 mostra que 48% dos brasileiros estão acima do peso e, desses, 15% são obesos. “A obesidade é, em geral, consequência de alimentação inadequada e inatividade física, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo”, alerta Deborah Malta.
Reproduzindo do Site: www.saude.gov.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Professor Danilo-Vereador: O Vereador Professor Danilo é contra o aumento de ...

Professor Danilo-Vereador: O Vereador Professor Danilo é contra o aumento de ...:

Na última sessão da Câmara de Vereadores de Conceição do Coité, a mesa diretora apresentou projeto de lei que fixa os subsídios para o Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários e Vereadores para a legislatura de 2013. Segundo o texto o salário do Prefeito passaria de R$12 mil para R$15 mil reais, Vice-Prefeito R$ 10 mil, já os Secretários de Governo teria seus salários reajustados para R$ 5 mil reais. No tocante aos representantes do poder legislativo municipal, que recebem atualmente o valor de R$ 4.900,00 brutos, o projeto fixa o novo valor em R$ 8 mil reais. O Vereador Professor Danilo – PT posicionou-se contra o projeto, por entender que a prioridade de aumento salarial deve ser dos funcionários públicos municipais.

ASCOM do Vereador Professor Danilo

Professor Danilo-Vereador: CONVITE

Professor Danilo-Vereador: CONVITE:
Venha participar do encontro que o Vereador Professor Danilo do PT está promovendo na Delegacia do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Salgadália. Com a finalidade de debater com a população salgadense, a LOA - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL é nessa Lei que o Executivo diz: onde e como vai investir o dinheiro público em 2012. Sua participação e importantíssima, vamos juntos escolher as prioridades do Distrito de Salgadália. Nas diversas áreas: Educação, Saúde, Segurança, Pavimentação, Habitações entre outras.

LOCAL: Delegacia Sindical de Salgadália
DATA: sexta-feira dia 21/10
HORÁRIO: 8hs da noite

PCdoB rechaça calúnias e reitera apoio ao ministro Orlando Silva - Portal Vermelho

PCdoB rechaça calúnias e reitera apoio ao ministro Orlando Silva - Portal Vermelho
Reunida nesta quinta-feira (21) em Brasília para analisar a ofensiva contra a organização e o ministro Orlando Silva, a Comissão Política do PCdoB aprovou e divulgou a seguinte nota:Dando seguimento às investidas que buscam desestabilizar o exitoso governo da presidenta Dilma Rousseff, o campo político reacionário do país associado a veículos dos monopólios de comunicação realiza uma covarde campanha difamatória contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Espalham calúnias de um farsante, João Dias Ferreira, um indivíduo desqualificado, processado pelo Ministério Público Federal e que, inclusive, já foi preso por corrupção. Atacam, também, a honra do PCdoB com o objetivo de desacreditá-lo. Instauraram contra o ministro e o Partido uma espécie de “tribunal de exceção” que se arvora no direito de, em rito sumário e sem provas, julgar e condenar. Este expediente é uma agressão à democracia brasileira.Essa verdadeira “caçada” empreendida contra o ministro Orlando e, também, ao Partido, foi desencadeada no último dia 15, pela revista Veja. É algo comparável às criminosas investidas de que os comunistas foram vítimas à época de períodos autoritários da nossa história. Depois de uma semana, as acusações lançadas contra o ministro do Esporte continuam sem provas. Tais provas não apareceram e nem vão aparecer, como sustentou com firmeza e serenidade o ministro nas audiências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal às quais se dirigiu por sua própria iniciativa. Nas duas Casas do Congresso Nacional, recebeu o apoio uníssono dos partidos da base do governo e o tratamento respeitoso de setores da própria oposição. Ao contrário da denúncia, nunca houve a audiência do ministro com o farsante para pactuar acordos. Aliás, uma das motivações das criminosas atitudes de João Dias deriva do fato de o ministro Orlando ter encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU) um expediente para que ele devolva mais de três milhões de reais desviados do Programa Segundo Tempo. Quanto à “bombástica” denúncia da revista Veja de que o ministro teria recebido “propina” na garagem do Ministério, essa “bomba” estourou no próprio “colo” da revista. É uma mentira tão descarada que o próprio farsante já recuou. “Não. E em nenhum momento falei que eu vi o ministro receber”, conforme declarou ao jornal Folha de S. Paulo. Fica nítido que o material da revista Veja e de outros veículos de comunicação não se pauta pela busca de esclarecimentos. Trata-se de detratar, inapelavelmente, uma liderança de destaque dos comunistas, para assim atingir o PCdoB. É completamente falsa a acusação de que há vínculo entre as finanças do Partido e ONGs. O caráter pérfido dessa campanha é a tentativa de alvejar, com mentiras deslavadas, um partido de 90 anos, embandeirado do socialismo no Brasil, vibrante com suas bandeiras que comovem os trabalhadores e a juventude, sem manchas em sua história, salvo as manchas vermelhas do sangue de seus inúmeros mártires e heróis abatidos nas lutas contra as ditaduras que infestaram a história brasileira.Sublinhamos que o PCdoB defende e apoia o ministro Orlando Silva. A gestão do ministro fortalece o esporte no Brasil e deu uma dimensão importante a um Ministério que, praticamente, não existia. Uma das provas disso é a participação da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos que ora se realizam no México. É a maior delegação brasileira já enviada ao exterior para essa competição. A delegação tem tido um bom desempenho com a conquista de destacadas medalhas. Orlando teve um papel relevante para o Brasil sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Mas, as ações para garantir com eficácia e lisura estes dois mega eventos, obviamente, contrariam interesses de grupos poderosos. O porte que hoje tem o Ministério do Esporte provoca cobiça. Destes aspectos podem emanar motivações mais de fundo para os ataques que ora recebe.Aos trabalhadores, aos partidos e ao movimento social, às legendas da base aliada do governo, transmitimos a certeza de que, baixada a poeira da calúnia, a verdade irá prevalecer sobre a mentira. Ficará demonstrado que essa orquestração – de grandes veículos dos monopólios que controlam a comunicação e dos setores políticos mais reacionários do país contra os comunistas – vem da crescente força política e social de nossa histórica legenda. O fortalecimento de um Partido revolucionário como o PCdoB incomoda os poderosos. Essa armação faz parte de um objetivo mais amplo dos reacionários de barrar o fortalecimento das forças democráticas e progressistas e golpear o governo da presidenta Dilma Rousseff quando ela lidera com êxito a defesa do Brasil ante os efeitos danosos da crise capitalista mundial.O PCdoB, com apoio do povo e de seus aliados, defenderá de modo implacável a dignidade de sua legenda e de suas lideranças. As direções, o coletivo militante, as lideranças do movimento social, os parlamentares, todos somos chamados a realizar uma campanha em defesa do Partido. Devemos ir ao encontro do povo, dos trabalhadores, dos amigos, apresentando a verdade e combatendo a mentira. Uma campanha com uma propaganda esclarecedora e afirmativa do legado dos comunistas em defesa do Brasil e dos brasileiros.

Brasília, 20 de outubro de 2011
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil, PCdoB

Voltando?

É, acho que tô voltando...

sábado, 27 de agosto de 2011

'Campanha da Mamografia Digital Gratuita'.

POR FAVOR PEÇO QUE TODOS DIVULGUEM,TEMOS QUE AJUDAR A SALVAR O SITE DO CANCER DE... MAMA!!!


O Site do câncer de mama está com problemas, pois não tem o número de acessos e cliques necessários para alcançar a cota que lhes permite oferecer UMA mamografia gratuita diariamente a mulheres de baixa renda. Demora menos de um segundo, ir ao site e clicar na tecla cor-de-rosa que diz 'Campanha da Mamografia Digital Gratuita'.

Este gesto fará uma enorme diferença.



http://cancerdemama.com.br/

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CALILA NOTÍCIAS “Anjos da Vida” ganha Topic do Progama do Ratinho no SBT

quinta-feira, 18 de agosto de 2011 08:25


“Anjos da Vida” ganha Topic do Progama do Ratinho no SBT

O grupo deve organizar uma carreta pelas ruas da cidades depois que receber o prêmio


Com 46% dos votos, a Brigada Voluntária Anjos da Vida de Conceição do Coité, consegue o tão sonhado transporte para servir de ambulância para atendimento das vítimas de acidente ou qualquer outro chamado que esteja ao alcance do grupo que não recebe nada em troca e se dedica a salvar vidas.
Eram três entidades em busca do veículo Topic, mas prevaleceu mesmo o fator salvar vidas e dos três concorrentes, apenas a Brigada Voluntária de Conceição do Coité tem como meta principal. As outras duas entidades também merecem e devem conseguir depois que ficaram conhecidas na televisão. Uma é a creche que trabalha com crianças carentes e outra uma equipe de basquete composta de cadeirantes.
O CN colocou quarta-feira, 17, como sendo o dia D para Coité, mas que precisava da ajuda de cada um internauta e colocamos também o link direto com o site do SBT para a votação. No inicio da noite fomos informados pela brigada que havia adiado a votação para sexta-feira e prontamente alteramos a informação.
na manhã desta quinta-feira recebemos a informação de Cristiano, um dos membros dos Anjos da Vida que o grupo ja comemora pois Carlos Massa, o Ratinho divulgou que a Topic ficou para Conceição do Coité. O brigadeiro Magno responsável por enviar o comunicado ao SBT para entrar na concorrência do carro está em São Paulo, onde concederá entrevista na sexta-feira,19.

da redação
CALILA NOTÍCIAS

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Agradeço a todas as pessoas que ajudaram esse grupo fantástico, principalmente aos meus amigos queridos do Twitter, Facebook e do Blog. Parabéns à Brigada Voluntária Coiteense, vocês merecem mais!

Mônica Ramos

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Amálgama Blog: As entranhas da homofobia

por Bia Cardoso
-- Marcha contra a homofobia (Brasília, maio de 2011). Foto: Bia Cardoso --

A homofobia é a aversão, ódio ou discriminação contra homossexuais e, consequentemente, contra a homossexualidade. Para ser homofóbico não é preciso agredir um gay ou uma lésbica. A homofobia e qualquer tipo de preconceito tem suas sombras e suas sutilezas. O fulano que não dança “música de viado”, a ciclana que diz para o irmão: “um desperdício você ser gay”, o beltrano que não acredita que lésbicas sejam felizes, a pessoa que refere-se a travesti sempre como cidadãos de segunda categoria. A misoginia é a aversão, ódio ou discriminação contra mulheres. Quando é que essas duas formas de preconceito se encontram? No preconceito contra gays efeminados, lésbicas, travestis e transexuais.
Interessante é que a caricatura mais aceita dos personagens gays nos meios de comunicação é a da “bichinha super animada, cheia de gírias”. Geralmente é um personagem que gera simpatia, mas que não tem o respeito dos telespectadores, é apenas o bobo da corte. Não é o personagem principal, é apenas o alívio cômico. O mesmo acontece com travestis e transexuais. Já com as lésbicas a coisa muda de figura, elas raramente são personagens de programas populares como novelas e, quando existem, não têm seu romance e nem enredo plenamente desenvolvido. Flutuam como se só existissem para criar manchetes nas revistas de fofoca sensacionalistas. Masculinidade e feminilidade existem e se definem em sua relação e por meio dela. São as relações sociais de sexo marcadas pela dominação masculina, que determinam o que é considerado “normal” — e, no geral, interpretado como “natural” — para mulheres e homens.
A crueldade que enxergamos atualmente com a utilização e disseminação de termos como “heterofobia”, “ditadura gay” e “propaganda de opção sexual” mostram o quanto a artilharia vem pesada. A criação de um Dia do Orgulho Heterossexual acaba sendo o resultado do funil. Toda vez que uma determinada minoria social começa a se organizar, ganhar voz, exigir direitos e combater preconceitos, há a reação conservadora, de quem quer ver gays apenas em seus guetos, confinados em mundos subterrâneos e notívagos paralelos. De quem afirma que o cara pode até ser gay, mas não pode ser efeminado.
A homofobia e o machismo caminham lado a lado. Quem em nossa sociedade repassa de geração a geração a ideia de que homens não podem ser frágeis, devem ser másculos e viris? É imperativo se desassociar do mundo das mulheres e das crianças para se tornar um homem. Queremos respeito aos homossexuais por serem quem são. Queremos que ofensas e violências sejam punidas. E as pessoas vêm dizer que queremos privilégios sociais. Veja bem, querer respeito significa querer ser privilegiado? Numa sociedade em que qualquer criança ouve desde pequena que menino não pode ser bicha, que menina não pode fazer coisas de menino, querer o fim do preconceito significa privilégio?
– O backlash homofóbico –
A intolerância vem em forma de avalanche, covardemente mascarada por uma defesa da moral, dos costumes e da família. Temos atualmente um representante declaradamente homossexual na Câmara dos Deputados, a maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, as músicas da subcultura LGBT estão nas paradas de sucesso, avançamos em alguns direitos básicos como a união estável. Mas, por outro lado, vemos os canhões sendo apontados. Gays, lésbicas e travestis sendo atacados e mortos em locais públicos dos grandes centros urbanos. Leis estapafúrdias sendo propostas. Muito espaço nos meios do comunicação para figuras caricatas e perigosas com Jair Bolsonaro e Silas Malafaia. Gritos de vitimização, pobres coitados oprimidos pela ditadura gay. Esse é o backlash homofóbico, a reação contrária e conservadora que visa barrar as mudanças sociais em relação aos direitos de homossexuais, bissexuais, transexuais e transgêneros. O backlash é como uma chicotada nas costas, para aprendermos onde é nosso lugar. E tem como principal instrumento de disseminação a mídia conservadora, com seus códigos, ângulos e criações de mitos.
Todos sabemos que a sexualidade humana não é uma caixa fechada, como tantos religiosos e conservadores querem nos fazer acreditar. A sexualidade também faz parte da construção social. Porém, como tudo, sofre com conjuntos de regras e normas que visam a manutenção e permanência da sociedade heterocentrada. Não há espaço, dentro da normalidade, para nada que não seja a heterossexualidade. Qualquer outra manifestação é considerada diferente, nunca “normal”. A instituição da heterossexualidade e a obrigatoriedade da reprodução são elementos essenciais que organizam a sexualidade.
Então, como é possível existir heterofobia se todas as referências que temos na sociedade são heterossexuais? A invisibilidade da homossexualidade é explícita na publicidade, nos meios de comunicação, nos materiais escolares. Os movimentos feminista e LGBT são o estopim para uma crítica radical às normas sexuais. E é na representatividade política que o backlash mais age. Perceba que cada vez mais a mídia busca minimizar e desmoralizar as lutas dessas bandeiras. Não há mulheres declaradamente feministas em programas de TV, é difícil achá-las até mesmo entre as entrevistadas. E não há gays ou lésbicas assumidos em programas de destaque. A sexualidade contemporânea avançou na questão do sexo por prazer e no seu exercício fora da instituição do casamento, mas não permite o reconhecimento social e jurídico de outras formas que não o modelo heterossexual.
Em relação às qualidades físicas, sociais e culturais, os papéis sociais que cada sociedade atribui aos sexos são confundidos com as diferenças ligadas à fisiologia da reprodução; quando se fala dos homens e do masculino, designa-se o conjunto geral da humanidade, o universal, o “normal”, e dá-se um lugar específico às mulheres e ao feminino. É aí que a homofobia encontra sua forma. Um dos crimes mais cruéis que existem é o estupro corretivo de lésbicas, porque é inconcebível existir prazer sexual sem a figura do pênis. Ao mesmo tempo, uma das maiores fantasias eróticas heterossexuais é o sexo entre duas mulheres, que só é aceito porque elas estarão ali para o deleite do olhar do macho. Lésbicas não podem escapar ao controle masculino. Aos “verdadeiros” homens, aqueles que mostram em tudo e sobretudo uma imagem e comportamentos considerados viris, são dados os privilégios da honra, do poder, da colocação das mulheres ou de homossexuais efeminados à disposição doméstica e sexual. Além do direito a realizar agressões e violências.
É preciso deixar claro que a homofobia é uma forma de controle social que se exerce principalmente sobre os homens, mas também sobre as mulheres, desde os primeiros passos da educação. Desde o momento em que é vetado aos meninos certas brincadeiras e às meninas certos comportamentos. Além disso, a homofobia assegura a produção e reprodução das fronteiras de gênero que reificam a dominação da heterossexualidade e a visão bicategorizada de gênero. Isso reduz a identidade sexual ao comportamento imposto pelo gênero, excluindo o desejo e a subjetividade humana.
O discurso homofóbico é conservador e ao mesmo tempo reclama das mudanças proporcionadas por ações ditas “politicamente corretas”. Não há espaço para se pensar fora da caixa. E, principalmente, não há espaço social para que pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais e transgêneros vivam suas vidas plenamente. A homofobia pode impedir pessoas de estudarem e trabalharem. Também pode cercear seus direitos à saúde, segurança e aos direitos humanos, apenas porque uma pessoa gosta de outra pessoa do mesmo sexo. O backlash é, ao mesmo tempo, requintado e banal, muito decepcionado com as mudanças “progressistas” e orgulhosamente retrógrado. Ostenta novas descobertas científicas para reafirmar como éramos felizes no passado, com o moralismo bolorento impregnando todos os espaços.
Nesse momento vemos que as conquistas do movimento LGBT são chamadas de “privilégios” e vistas como a praga contemporanêa que ameaça deliberadamente a virilidade da sociedade machista. Tenha certeza, ninguém nos dará espaço na sociedade de livre e espontânea vontade. É preciso brigar e mostrar que sexualidade humana é muito mais do que macho e fêmea, como afirma Silas Malafaia, é diversidade e liberdade.

Carta Capital: Um pouco menos de hipocrisia

Um pouco menos de hipocrisia


É primária a ideia de que o craqueiro pode decidir em sã consciência o melhor caminho para a sua vida. Por Drauzio Varella. Foto: Mauricio Lima/AFP
O uso de droga ilícita é como a moda: vem e passa. Em 1989, comecei um trabalho voluntário em presídios, que dura até hoje. No Carandiru, naquela época, a moda era injetar cocaína na veia. Os presos vinham pele e osso, com os olhos ictéricos e os braços marcados pelas agulhas e os abscessos causados por elas.
Naquele ano, colhemos amostras de sangue dos 1.492 detentos registrados no programa de visitas íntimas: 17,3% dos homens eram HIV-positivos e 60% estavam infectados pelo vírus da hepatite C.
A partir desses dados começamos um trabalho de prevenção que constava de palestras e vídeos educativos. Lembro que o diretor-geral tentou me convencer da inutilidade da iniciativa: “O senhor está sendo ingênuo. Quem injeta cocaína na veia é irrecuperável, não tem mais nada a perder”.
Estava errado, o resultado foi surpreendente: em 1992, a cocaína injetável foi varrida do mapa, fenômeno que se espalhou pelos outros presídios e pelos becos da periferia de São Paulo. A moda do baque na veia tinha chegado ao fim.
Não havia motivo para comemoração, no entanto: naquele ano, o crack invadiu o Carandiru. Para entender o que se passou é preciso conhecer um pouco da farmacologia da cocaína.
Quando inalada sob a forma de pó, a cocaína é absorvida através da mucosa nasal, penetra os vasos sanguíneos superficiais, cai na circulação e atinge o cérebro. O processo é relativamente lento, a euforia aumenta gradativamente, atinge o pico e diminui até desaparecer.
Injetada na veia, vai direto para o coração, depois para os pulmões, e volta para o coração, de onde será bombeada para o cérebro. O efeito é muito mais rápido e passageiro. A sensação é de um baque de prazer, daí o nome “baque na veia”, experiência muito mais intensa que a obtida por inalação.
Fumada na forma de crack, a droga chega ao cérebro mais depressa do que ao ser injetada na veia, porque não perde tempo na circulação venosa, cai direto no pulmão. Do cachimbo ao cérebro, leva de seis a dez segundos. O efeito é semelhante ao baque da injeção intravenosa, porém, ainda mais rápido e fugaz.
O crack substituiu o baque e se disseminou pela cadeia feito água morro abaixo. Quando um preso negava ser usuário, eu partia do princípio de que mentia. Devo ter cometido pouquíssimas injustiças.
Na segunda metade dos anos 1990, uma das facções que dominavam os presídios se sobrepôs às demais. Seus líderes rapidamente perceberam que os craqueiros criavam obstáculos para a ordem econômica que pretendiam implantar. A solução foi proibir o crack.- A lei é clara: fumou na cadeia, apanha de pau; vendeu, morre.
Ao chegar, o egresso da cracolândia dorme dois ou três dias consecutivos; só acorda para as refeições. Depois desse período, passa alguns dias um pouco agitado, mas aprende a viver sem crack.
A cocaína não é tão aditiva como muitos pensam, se o usuário não tiver acesso a ela ou aos locais onde a consumia ou até entrar em contato com companheiros sob o efeito dela, nada acontece. Ao contrário, a simples visão da droga faz disparar o coração, provoca cólicas intestinais, náuseas e desespero.
Quebrar essa sequência perversa de eventos neuroquímicos não é tão difícil: basta manter o usuário longe do crack.
Vale a pena chegar perto de uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir em sã consciência o melhor caminho para a sua vida. Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado que não tem outro desejo senão conseguir a próxima pedra para o cachimbo.
Veja a hipocrisia: não podemos interná-lo contra a vontade, mas podemos mandá-lo para a cadeia assim que roubar o primeiro celular.
Não seria mais lógico construir clínicas pelo País inteiro com pessoal treinado para lidar com os dependentes? Não sairia mais em conta do que arcar com os custos materiais e sociais da epidemia?
É claro que não sou ingênuo a ponto de imaginar que ao sair desses centros de recuperação o ex-usuário se transformaria em cidadão exemplar. Mas ao menos haveria uma chance. Se continuas-se na sarjeta, que oportunidade teria?
E se, ao ter alta da clínica, recebesse acompanhamento ambulatorial, apoio psicológico e oferta de um trabalho decente desde que se mantivesse de cara limpa documentada por exames periódicos rigorosos, não aumentaria a probabilidade de ficar curado?
Países como a Suíça, que permitiam o uso livre de drogas em espaços públicos, abandonaram a prática ao perceber que a mortalidade aumenta. Nós convivemos com as cracolândias sem poder internar seus habitantes para tratá-los, mas exigimos que a polícia os prenda quando se comportam mal. Existe estratégia mais estúpida?
Na penitenciária feminina, onde eu trabalho hoje, atendo muitas ex-usuárias de crack. Quando lhes pergunto se são a favor da internação compulsória dos dependentes da cracolândia, todas respondem que sim. Nunca encontrei uma que sugerisse o contrário.

domingo, 14 de agosto de 2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meu filho, você não merece nada.

Meu filho, você não merece nada.

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.

ELIANE BRUM-Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda(Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum 
 
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.