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Conceição do Coité, Bahia, Brazil
Pedagoga, Matemática, Mãe, Gestora da Escola Antônio Bahia-Conceição do Coité, Petista por enquanto, Amo LULA, luto por justiça, igualdade, odeio qualquer tipo de calúnia, discriminação ou preconceito. E vou vivendo... Música, poesia, livros, arte, cultura, internet, política e educação são minhas diversões. No mais o mundo é uma caixinha de surpresas, é só querer descobrir!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Amálgama Blog: José Alencar (1931-2011)

José Alencar (1931-2011)
por João Villaverde


A história do menino pobre de Garanhuns (PE) que virou líder sindical em São Bernardo do Campo (SP) e depois presidente da República você conhece. E a história de um dos 15 filhos de um casal rural, que nasceu na pequena Muriaé (MG) em 1931, virou um dos maiores líderes industriais do país e depois vice-presidente da República? O primeiro caso, de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda está em aberto. O segundo, de José Alencar Gomes da Silva, acabou hoje.
Morto aos 79 anos, depois de passar quase 15 combatendo uma metástase na região abdominal, Alencar divide com Lula outra particularidade: chegou longe sem, no entanto, ter um diploma. Diferente do ex-presidente, no entanto, Alencar sempre caminhou pelo outro lado do balcão – literalmente. Seu primeiro emprego, ainda em Muriaé, foi o de balconista numa pequena loja de comércio, emprego que lhe fez largar a escola.
Deixar a escola e viver como balconista sempre foi, ao mesmo tempo, um peso e um orgulho para Alencar. Não só ouvi o ex-vice-presidente contar essa história em diversos seminários que cobri, como também Alencar fazia questão de dividi-la com qualquer visitante do site da Coteminas.
Coteminas que Alencar não só fundou como ergueu e elevou ao patamar de uma das maiores fabricantes de tecidos para cama, mesa e banho do Brasil. Hoje nas mãos de seu filho Josué Gomes da Silva, a empresa continua resistindo à dupla competição provocada pelo câmbio valorizado: a dos importados que chegam mais baratos e a da disputa com os chineses também no mercado internacional, que o câmbio dificulta por encarecer as exportações brasileiras.
Câmbio mantido valorizado por, entre outros motivos, a elevada taxa de juros praticada no Brasil. Este tema, os juros, foi o preferido de Alencar como líder empresarial, cargo que passou a ocupar em 1989, quando se elegeu presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Dali até seus últimos dias, nunca deixou de criticar os elevados juros praticados pelo governo brasileiro – primeiro por Marcílio Marques Moreira, ministro da Fazenda de Fernando Collor (1991-92), depois pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e do próprio Lula. Os juros, sempre diz o governo, servem para encarecer os empréstimos bancários e, assim, reduzir o ímpeto da demanda, que pressiona menos os preços e, desta forma, reduz a inflação. Os juros também atraem capitais de fora, que acabam por valorizar o câmbio e, com isso, baratear os importados, que ajudam mais ainda no combate à inflação – ao mesmo tempo em que destroem a indústria brasileira.
Alencar foi um líder empresarial que, ao atingir elevado cargo público, aproveitou os holofotes para defender ferrenhamente suas ideias, diferente de vices como Marco Maciel, Itamar Franco ou do próprio José Sarney, quando vice de Tancredo. Assim, ao morrer neste 29 de março de 2011, José Alencar deixa bem mais que apenas a lembrança de um homem que lutou por anos contra um câncer mortal que teimava em tirá-lo de combate.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola Pró.. Ja to seguindo..
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Segue, se quiser..