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Conceição do Coité, Bahia, Brazil
Pedagoga, Matemática, Mãe, Gestora da Escola Antônio Bahia-Conceição do Coité, Petista por enquanto, Amo LULA, luto por justiça, igualdade, odeio qualquer tipo de calúnia, discriminação ou preconceito. E vou vivendo... Música, poesia, livros, arte, cultura, internet, política e educação são minhas diversões. No mais o mundo é uma caixinha de surpresas, é só querer descobrir!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Viomundo: Ivan Valente repudia o preconceito contra nordestinos

10/11/2010 – 20:06
Em repúdio ao preconceito contra os nordestinos em São Paulo
dica do Fábio Passos

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

Como paulista, me sinto no dever de subir a esta tribuna para manifestar toda a minha solidariedade ao povo nordestino e meu mais profundo repúdio às manifestações de preconceito que pessoas nascidas em meu estado tem manifestado nas últimas semanas, nos mais diferentes espaços e redes sociais da internet, em relação a brasileiros e irmãos que vieram do Nordeste e constroem São Paulo.
O “movimento”, como todos devem ter acompanhado, começou pelo twitter logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Foi provocado por essa conjuntura, inclusive de maneira totalmente equivocada, porque a candidata do PT venceu não só no Nordeste, mas em Minas, no Rio de Janeiro, em vários estados. Mas sem dúvida é algo que reflete um preconceito historicamente construído em nosso estado, principalmente na capital São Paulo, onde há muito tempo manifestações racistas e de preconceito étnico, regional e de orientação sexual vem sendo tratadas com “naturalidade”, ganhando inclusive pouca visibilidade dos meios de comunicação.
Em cenários como este, a discriminação racial é banalizada e deixa o caminho aberto para incitações à violência e ao ódio de classe, como a praticada pela estudante de direito Mayara Petruso. Como o caso ganhou alguma visibilidade, Mayara agora pode ser processada, mas são incontáveis e cotidianas manifestações desta ordem, que se perpetuam diante da omissão do Estado e da conivência da uma significativa parcela da população paulista.
A gravidade da situação é tamanha que estes cidadãos se sentem à vontade, sem qualquer pudor, para aprofundar seu preconceito e propor ações que beiram ao fascismo. É o caso do grotesco manifesto “São Paulo para os paulistas”, que já conta com milhares de assinaturas na internet. Para seus autores e signatários, então entre as responsabilidades da migração dos nordestinos para São Paulo a alta criminalidade e os hospitais superlotados em nosso estado. São incapazes de enxergar a brutal desigualdade social em nosso país, que força milhares de famílias a deixarem o pouco que tem para traz em busca de alguma dignidade. Tampouco enxergam essa mesma desigualdade como a raiz da violência em todo o Brasil – e não apenas em São Paulo.

O manifesto propõe barbaridades como:

– restringir o acesso a serviços públicos como saúde e educação a pessoas que comprovem residência e trabalho fixo no Estado de S Paulo há pelo menos dois anos.

– acabar com a cobrança de taxas diferenciadas de água, luz e IPTU nas favelas.

– suspender a distribuição de medicamentos gratuitos, de auxílio-aluguel, do programa mãe-paulistana, de quaisquer “bolsas por número de filhos”, de entrega de “casas populares”, de acesso ao “leve-leite”, de entrega de uniforme, material e transporte escolar, de cestas básicas.

– proibir totalmente qualquer tipo de “comércio ilegal”, com apreensão e prisão em caso de reincindência.

E justificam: “São Paulo deve cuidar dos SEUS pobres”.

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Ô Nordeste que é discriminado, é muita barbárie para uma região que já sofre tanto!

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